Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A HISTÓRIA DA LÂMPADA QUEIMADA E OUTRAS




Humor é o que não faltava na Cotia antiga. Parece que alguns moradores ficavam o tempo todo pensando em quem aplicar uma peça, qual amigo seria a bola da vez. Os ‘causos’ são vários e divertidos. Selecionei dois textos para curtirmos juntos.  Solte a imaginação.

Benedito Viviani, quando começou a lembrar da brincadeira da “história da lâmpada queimada” e outras traquinagens, estampou no rosto um sorriso de menino maroto. O Depósito de Materiais de Construção Bandeirantes era o lugar de encontro da turma, que inventava as diversas brincadeiras que embalaram uma geração inteira, na década de 60, em Cotia.
No ano de 1964 espalharam em Cotia e na região milhares de folhetos anunciando a invenção do conserto de lâmpadas queimadas. Harayuki Yano, Manoel Oswaldo de Oliveira e o Sr. Calil foram os idealizadores dessa armação. A vítima escolhida pelo grupo foi o Sr. Viviani. E como se não bastassem quase três mil folhetos distribuídos, a equipe ainda colocou em pontos estratégicos da cidade faixas com o endereço de Benedito Viviani e a seguinte informação: “lâmpada comum, 5 mil réis, a farolete, 10 mil.”  
Depois do marketing realizado, Viviani começou a receber centenas de lâmpadas queimadas em sua casa. Muitas vezes, Viviani mandava a pessoa levar as lâmpadas no deposito do Sr. Yano e dizia que a máquina de conserto estava na loja. A fama de “gênio da lâmpada”, apelido atribuído ao Sr. Viviani em virtude da brincadeira, foi além das fronteiras do município. Quando chegava ao banco em Pinheiros, para cuidar dos seus negócios, o gerente perguntava como estava sua fábrica de conserto de lâmpadas. Respondia Viviani com o bom humor de sempre: “Vai muito bem”. Numa festa realizada em prol do hospital de Cotia, na casa do Dr. Odair Pacheco Pedroso, com mais de 150 pessoas presentes, de repente acabou a energia elétrica. De surpresa o Dr. Odair gritou à multidão: “Chamem o Viviani!”. Um anúncio foi parar no quartel de Quitaúna. Quando o sargento ficou sabendo que um irmão do “gênio da lâmpada” era seu cadete, passou a tratá-lo com privilégios.
Durante dez anos o Sr. Viviani foi perseguido com a história da lâmpada. Um morador da Granja Viana deu graças a Deus quando ficou sabendo da oficina de conserto de lâmpadas. Esse morador guardava há muitos anos uma lâmpada de estimação, para quando aparecesse o invento que a pudesse consertar. Na porta da casa da família Viviani, num final de tarde, apareceu um senhor acompanhado de seu filho com uma sacola cheia de lâmpadas. O menino, juntamente com o pai, estava subindo a escada, e, num singelo descuido, quebrou uma lâmpada. O pai, irritado, deu umas palmadas no garoto. Dizem que o senhor morava no bairro do São Joaquim. Para que se tenha uma idéia da dimensão da brincadeira, o Sr. Viviani foi procurado por um jornalista da revista “O Cruzeiro”, que gostaria de entrevistá-lo.

Atenção: o Sr. Viviani, que durante tanto tempo foi o mestre do conserto de lâmpadas, quer passar sua experiência ao herdeiro do Sr. Yano – o sobrinho, Reinaldo Yano. Se você tiver alguma lâmpada queimada pode entregá-la para conserto na Casa Yano...
 Professor Marcos Roberto Bueno Martinez


                                                                                         

segunda-feira, 6 de maio de 2013

TODO DIA É DIA DE MÃE.



MÁRIO QUINTANA
  Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito

Para louvar a nossa mãe,
Todo bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer

Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do CÉU
E apenas menor que Deus!


O dia das mães está chegando e como todo dia comemorativo começa o movimento frenético das compras. Muitas vendas!  Os comerciantes projetam vendas melhores que o ano anterior e ao sair de casa para adquirir um presente chega a ser estressante, mas é um gesto importante e simbólico para mostrar o amor que sentimos pela progenitora. O presente é um intermediário para agradecer a dedicação, o carinho e os cuidados que as mães dão durante a vida dos seus rebentos. O meu presente este ano vai ser um abraço forte e o prato que ela gosta muito, bacalhau ao forno. Assim pretendo zelar este amor de mãe e filho que começou a ser construído bem antes do meu nascimento. A minha História com minha mãe começa deste jeito.


Uma viagem no tempo:

1960: Tereza Rivera ou vovô da bala, como os netos a chamavam, era uma senhora do tipo antigo, rígida na educação dos filhos e de uma inteligência singular. Tornou-se professora sem frequentar a escola, autodidata. Por detrás desta casca grossa existia uma mulher generosa e conhecedora dos valores medicinais das plantas, os médicos da cidade encaminhavam até ela pacientes para que sua sabedoria desse um caminho de solução. Dona de um bar em Votuporanga, muitos moradores da cidade e de fora a procuravam para seus remédios naturais. Minha mãe biológica, Judite Gomes da Silva, sabendo que ali poderia encontrar abrigo, prestes a ganhar um bebe e com o objetivo de doa-lo. Pois, tinha passado uma gravidez solitária.     


Dia das mães é muito mais que um presente:

Essas coisas da vida, minha mãe biológica bateu na porta certa. Assim desta forma fantástica começa minha vida com minha mãe de coração. Como acredito que o parentesco não é de sangue e sim de espirito, ela é minha mãe de verdade. Que me educou e que soube compreender os meus  conflitos existenciais. Foi e é de fato minha mãe. Um abraço a todas as mães que de formas diferentes amam seus filhos. Um abraço a todas as mães que não puderam ser mães, mais que se colocaram a disposição para amar alguém. Sou uma pessoa de sorte, pois tenho duas mães. Qualquer dia desse eu me proponho a escrever em detalhes a História da minha adoção. Se você não pode comprar um presente e assim materializar seu amor pela sua mãe, de um abraço, se ela esta longe, ligue e dê uma palavra de conforto. Se ela se tornou uma estrela, acho que toda mãe quando parte se torna uma estrela, mate a sua saudade com boas lembranças. Agora vamos celebrar este domingo, afinal é dia das mães!