Cada livro escrito pelo jornalista Fernando de Moraes é sempre uma boa surpresa, com muita emoção. Muito longe da caricatura conhecida do espião americano ou inglês, neste novo livro o pesquisador nos apresenta espiões cubanos, e estes, por sua vez, estão distantes do glamour dos agentes de países capitalistas, que gastam milhões para vencerem seus inimigos. Os cubanos, alguns refugiados em Miami e outros em diversas cidades americanas, vão ralar muito trabalhando em serviços que são destinados aos imigrantes, não importando a sua formação no país de origem. Tio Sam está lá para recebê-los de braços abertos.
Os James Bond’s cubanos serão infiltrados em organizações anticastristas, que se estruturaram na América para minar a já combalida sociedade cubana com ações terroristas, com a intenção de espantar os turistas estrangeiros que visitam a ilha, principalmente depois do final da guerra fria. Assim, estas organizações humanitárias acreditavam que estavam enfraquecendo ainda mais o governo de Castro e que voltariam para estabelecer um novo governo em Cuba. O velho ditador deu muitos passos à frente destas organizações de ultradireita. A partir da década de noventa o Projeto Vespa vai enviar os melhores homens do exército cubano para minar estas organizações anticastristas, que serão monitoradas e vigiadas, e muitas de suas ações contra Cuba serão frustradas.
Os Últimos Soldados da Guerra Fria, um livro documentado e rico em detalhes desta façanha dos agentes cubanos dentro do quintal americano, vale a pena ser lido. No final fica a dúvida sobre o que é real ou ficção nesta história, mas é uma leitura saborosa.
Professor Marcos Roberto Bueno Martinez