(Colocando em prática
o Plano Diretor do Município)
Começou mais um pleito eleitoral
para prefeito e vereador. São milhares de projetos apresentados para resolver
assuntos ligados a transporte, educação, segurança, saúde e meio ambiente,
entre tantos outros que nos afligem. O que podemos sentir é que em muitas
propostas faltam objetividade e coerência, e que tantas outras servem apenas
para enfeitar páginas de material político, com certeza distantes dos problemas
sociais que vivenciamos no dia-a-dia.
Para diminuirmos a corrupção e a ineficiência
da aplicação do dinheiro público, não vale o candidato se autopromover dizendo
que é honesto ou que será mais honesto que os outros, pois honestidade é um
valor, não é um projeto, e ineficiência se elimina planejando. Nessa linha de
pensamento, o Plano Diretor do Município é fundamental para que a cidade gaste
o dinheiro público naquilo que precisa e com resultados positivos para a
população.
Cotia precisa tirar o seu Plano Diretor
da gaveta, se quiser de fato resolver os seus problemas de infraestrutura e
estruturais, e de preferência que esse plano seja discutido com a sociedade
organizada: ONG’s, associações, sindicatos, e cada secretaria do município. No final
de quatro anos, com certeza a cidade se apresentará com outra cara.
A população sentirá os efeitos
dessa conduta política ao requerer uma vaga em uma creche, por exemplo. Se
planejarmos a construção de escolas para atender a demanda existente, com
certeza veremos resultados significativos e vagas não irão faltar. Mas, se
faltarem, dentro do planejado saberemos quando poderemos atender.
Hoje, em Cotia, um trabalhador
gasta quase um terço do seu salário com transporte público. Novamente, um
planejamento que defina as regras de concessão de funcionamento para as
empresas e as rotas por onde devem circular os meios de transporte será o
começo para baratear a passagem e atender a todas as regiões do município. A sugestão
é a criação do bilhete único, tanto nas linhas municipais como intermunicipais.
Outro meio de transporte que não deve ser esquecido é o alternativo, que deve
fazer parte desses critérios de concessão, saindo da ilegalidade. Nesse
processo a Câmara Municipal, como legisladora, tem um papel importante.
Houve um avanço na saúde do
município e, se pautarmos a fragilidade dessa área, observaremos que temos hospitais
públicos em Cotia e várias cidades circunvizinhas. Talvez precisemos melhorar
consideravelmente o primeiro atendimento nos postos de saúde, aplicando
conceitos de qualidade total. É bom lembrar que existem postos, mas que
precisam de melhores condições de funcionamento. De novo entra em cena o Plano
Diretor, que definirá a construção de novos postos, o pagamento de salários para
médicos e funcionários, e o atendimento simples, porém humanizado, como a
colocação de ambulâncias para os primeiros socorros, em regiões afastadas do
centro da cidade.
São constantes, na mídia local,
artigos e denúncias sobre o desmatamento em Cotia. Alguém acusa, o acusado se
defende, sobra a culpa aos empreendimentos imobiliários e o desmatamento
continua. É preciso determinar dentro do
Plano Diretor que cidade queremos, no âmbito de uma política da
sustentabilidade, e aí cabe ao Poder Legislativo fiscalizar. Existem leis de
proteção ao meio ambiente, tanto federais, quanto estaduais e municipais. Elas devem
ser cumpridas. Crescer organizadamente significa termos uma cidade agradável,
prática e humana, com o poder público funcionando eficientemente naquilo que é
de sua responsabilidade e planejando suas ações, de olho nos objetivos, nas
metas e nos resultados.
Dessa forma convém funcionarem
harmoniosamente os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, juntamente à
sociedade organizada. Talvez assim evitemos o empurra-empurra.
Professor Marcos Roberto Bueno
Martinez
Julho de 2012