Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

BR-116: UMA AVENTURA


A viagem que fiz neste final de ano pelo Nordeste foi realmente uma aventura. Ida e volta, andamos 6.600 quilômetros. Passamos pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Cada Estado uma visão geográfica deslumbrante e gente apaixonante.

Nós, aqui do Sul e Sudeste (nem todo mundo), tratamos o Nordeste como um bloco monolítico -um engano imperdoável -cada Estado tem sua característica cultural e econômica. Talvez o que vemos nos meios de comunicação imprima uma imagem que não corresponde à verdade. Uma imagem estigmatizada e distorcida do que é, de fato, o Nordeste.

Quando comento sobre a viagem sempre perguntam sobre as condições das estradas. Nesse percurso que passamos, não encontramos um único buraco na pista. Encontramos pista mal sinalizada ou sem sinalização e falta de acostamento (principalmente, no Sertão Baiano e Pernambucano). Para quem pretende fazer essa viagem há um perigo iminente, pois, da Bahia para frente,há muito animal na estrada (bode. jumento. gado, cavalo etc...). Outra observação pertinente é referente às condições dos banheiros, péssimas. Agora, é uma viagem que nos remete a um país que não conhecemos. 

Cada Estado com seu próprio sotaque que as novelas reproduzem, aqui, de forma pejorativa, criando estigmas. Artesanatos que são vendidos na beira da estrada representam a região em que são produzidos. Em alguns trechos da estrada trabalhos artesanais de pedras preciosas, de barro, que moldam lindas panelas, palha com a qual que se produz chapéus e frutas regionais (muitas desconhecidas por aqui), coloridas, expostas na beira da BR-116, mostrando um país rico, mas despreparado para receber turistas. 

Em alguns pontos turísticos existem preços de produtos que mudam conforme a cara do consumidor. Cardápios para brasileiros turistas e estrangeiros com preços bem diferentes e exorbitantes. Coisa que não acontece mais no Sul (Gramado e Canela) em que o tratamento é no sentido de que o turista volte outras vezes, pelo tratamento ético e respeitoso. Ninguém gosta de ser enganado. A não ser quem queira ser enganado.


Essa falta de infraestrutura não apaga a beleza e a alegria do povo nordestino que nos recebe com festa e curiosidade,produzindo aí uma boa conversa, sempre! Alguns restaurantes e petiscos são saborosos. Faria a viagem novamente. Planejo uma viagem para a região do brejo, na Paraíba. Vamos conhecer melhor o Brasil?