O Facebook é uma ferramenta
maneira, ele permite que escolhamos nossos amigos (assim dizem), mas seria
melhor se pudéssemos escolher nossos inimigos. Não seria bacana? Imagine:
inimigo invejoso, inimigo ciumento, inimigo traíra, inimigo que se faz de
amigo, mas é inimigo. Inimigo de todo tipo. Teríamos centenas de inimigos,
conscientes da sua inimizade. Como seria bom!
Se fossemos catalogar todos os
tipos de inimigos não caberia nesta folha de papel.
Decepcionamo-nos com um amigo porque
acreditamos que todos são amigos de verdade. Não é bem assim. Começamos a
perder um amigo quando ele passa a participar de nossas vidas. Descobre as
nossas fraquezas. Descobre que não somos tudo aquilo que parecemos ser. O bom
inimigo é aquele vai se nutrindo de informações da gente e espera a hora certa
para usá-las. Xeque mate! Ficamos perplexos!
O inimigo não é uma entidade de
fora para dentro, ele ganha vida a partir das nossas atitudes. A partir das
nossas carências. A partir dos nossos medos. O inimigo perfeito é aquele que
conhece em detalhe o jeito que nos comportamos diante de uma dificuldade. Ele
encontra uma brecha para dizer que deveríamos agir desta forma. Tem a receita
certa sem riscos. Acreditamos ingenuamente.
O inimigo como entidade vai se
apoderando lentamente dos nossos sentimentos. Ele parece um ser maravilhoso
porque alivia-nos superficialmente das nossas dores. Ficamos embevecidos. Elogia
falsamente. Aos poucos vai tomando nosso espaço. O inimigo deseja ser como nós,
com defeito e tudo. Ele inveja a casa em que moramos. Ele inveja nossa família.
Ele inveja nosso sorriso. É... nós que o
escolhemos, infelizmente.
Não gostamos de correr riscos. Entregamo-nos
de corpo e alma aos nossos inimigos. Inimigo bom é aquele que aconselha
pensando como vai tirar proveito em determinado momento. Uma forma de evitar
inimigos é nos conhecermos. Inimigo não é tudo de ruim. Eles nos ajudam a
crescer. Colocam os dedos em nossas feridas. Amigo que só fala aquilo que
queremos ouvir não é tão amigo assim.
O autoconhecimento evita que
inimigos se aproximem. Na medida em que sabemos lidar com nossos medos e
angústias não precisamos de muletas. Não precisamos de inimigos. Livra-nos dos
inimigos.