“São inesquecíveis os momentos
quando o Senhor Tore Munck vinha
nos visitar na Avenida São Camilo.
nos visitar na Avenida São Camilo.
Eu ficava
muito admirada pela paixão que ele tinha por crianças.” (Isabel Jesenicnik)
Para escrever sobre a passagem do norueguês Tore Albert Munck
pela cidade de Cotia, pretendo objetivamente não transformá-lo em um mito,
apesar de que muitos funcionários que conviveram com ele durante anos tenham
essa visão do empresário criativo e empreendedor. O que pretendo é apresentá-lo
como um homem passível de acertos e erros como qualquer outra pessoa. A sua
história com a cidade, no final da década de 50, e com a cultura brasileira,
irá marcá-lo profundamente. O senhor Albert Munck, em seu tempo de passagem
aqui, se tornou um autêntico brasileiro de espírito.
Nessa década, Cotia é uma cidade em que predomina a economia
rural, sob a influência da imigração japonesa. Além da agricultura, a economia
extrativista de carvoaria também fazia parte deste período. Porém, desde o
início do século XX o lugar vem passando por mudanças rumo ao processo de
industrialização, começando com o setor de metalurgia. A indústria metalúrgica
vai alterar este cenário a partir do final de 50 e o Senhor Albert Munck vai
ter um papel importante com a inauguração da sua primeira fábrica, em 1957, em
Cotia.
Não podemos esquecer que o chefe do governo brasileiro deste
período é o Presidente Juscelino Kubitschek, que coloca em prática a política
desenvolvimentista dos “50 anos em 5 anos”, ou seja, o Brasil deveria crescer
em cinco anos o equivalente a cinquenta anos com seu plano de governo. O pai do
jovem Albert, o senhor Sverre Munck, de olho no mercado mundial, enviou o filho
ao Brasil, e a empresa que nascera em 1924 na Noruega, com 1500 dólares,
durante duas décadas prosperará e abrirá três empresas com tecnologia de ponta,
em Cotia. Os fatores que vão contribuir para este investimento no Brasil e não em outros países da América Latina, são a instabilidade política destes países e a mão de obra brasileira em conta, em relação a outros países do
mundo.
O Senhor Albert Munck tinha uma visão incomum em relação a
outros empresários. Um problema que ele iria enfrentar era a falta de mão de
obra qualificada e, por isso, a Munck abriu em Cotia uma escola
profissionalizante que deveria servir a empresa e atender a demanda de outras
empresas do setor que vão se implantar na região. Sem dúvida alguma o senhor
Tore Albert Munck contribuiu para o desenvolvimento industrial da cidade e da
educação. Na escola o Senhor Munck também instalou uma excelente biblioteca.
In memoriam:
Fica aqui registrada uma singela homenagem ao professor Mário
Jordão Kuester, que pertenceu ao quadro de funcionários da Munck, e que
gostaria de ver esta história contada.
- Arquivo pessoal do Senhor Fábio Kuester
- Revista Banas nº 121, 13 de dezembro de 1971
* O título desse artigo foi retirado de um outro, publicado nessa edição da Revista.
* O título desse artigo foi retirado de um outro, publicado nessa edição da Revista.
- Revista Banas 12 de
maio de 1975
Professor Marcos Roberto Bueno Martinez
Prof Marcão - qdo será escrito o livro da vida deste Cotiano?
ResponderExcluirBom, nao era bem assim, e ele se chamva de Tore, nao Albert
ResponderExcluirMarianne Munch, filha de Tore Albert Munch - fiquei muito emocionada com esta apresentacao do nosso pai.Eu tenho muitas boas memorias dos anos em Cotia quando eu era menina antes de voltar a Noruega. Sim, meu pai preferia o Brasil e Cotia apesar de ser bem noruegues. Se alguem escrever sobre o nosso pai, tenho certeza que seus filhos e antigos funcionarios gostariam de contribuir!
ResponderExcluirNao estou conceguindo publicar no perfil abaixo, parece que tenho que publicar no perfil anonimo...
Existe uma página no Face chamada Munck A Saga ,que conta sobre a fábrica no km 20 da Raposo Tavares
ExcluirParabéns Marcão, a cada dia conheço mais
ResponderExcluira Bela Cidade de Cotia com seus comentários. Me orgulho em tê-lo como amigo.
Abs.
Cassio Souto.
Sou Paulistana, descendência italiana e portuguesa; e, a pessoa que sou, saúde, educação e prosperidade, devo reconhecer que este senhor contribuiu muito. Eu fui munckeira e meus pais, por 30 anos atuaram ao lado desse ser humano simpático e muito humano. Ele era empreendedor sim mas antes do dinheiro ele queria o conforto de cada um de seus colaboradores, minha mãe é quem corria pra resolver tudo todo o tempo; sinto orgulho de ter pertencido à família Munck e esta mesmo faltando uma biografia deste homem que, praticamente, fundou o Parque São George, pois foi graças á fundição do 25 que o bairro tomou forma de bairro e ficou muito próspero.
ResponderExcluirParabéns pela lembrança e homenagem (só estou dando falta é do hino da cidade que não achei em seus posts).
Abs. Liety Caruso
Quando aqui chegamos em 1982, saindo de Congonhas, ainda ouvíamos falar muito dele, com sua unidade fabril à beira da Rodovia, onde há alguns anos encontra-se instalado o páteo de veículos para leilão. Realmente, foi uma enorme perda para a cidade e região, não darem continuidade ao projeto de cursos profissionalizantes por ele idealizado e implantado que se não me engano, era sem custo para as centenas de alunos que por lá passaram. Esses são os verdadeiros construtores de um País.
ResponderExcluirGostei de ver esta matéria sobre o senhor Munck. Afinal, desde adolescente quando via aqueles guindastes,que diziam ser brasileiros, eu me interessava. Era muito pouca coisa tecnológica até a década de 1960 que se podia dizer nacional. Eu torcia por meu país, mas infelizmente sempre evoluímos muito devagar!!! E aquelas máquinas potentes, eficientes e criativas me chamavam a atenção. Enfim, um dia vi num jornal que dois criminosos adolescentes haviam atirado no fundador da empresa fabricante das maravilhosas máquinas. Queriam roubar alguns trocados, sem importar com a vida de qualquer um, mesmo que fosse alguém tão grandiosamente dotado de inteligência, preocupação social e bondade, imaginava eu nos meus quinze anos. Nunca mais fiquei sabendo de nada sobre a empresa, o senhor Munck, o futuro da família. Sou de Minas Gerais, de Coromandel, terra de poetas e músicos, como Goiá (Saudade da minha terra) Abel Ferreira(o rei do chorinho) e outros artistas que amam nosso Brasil. Parabéns ao bloger, Marcos Martinez!!! E à cidade de Cotia, tão progressista cidade deste nosso imenso Brasil!!
ResponderExcluirQuando foi que seu Munck faleceu?
ResponderExcluirEu o conheci, e tínhamos contatos diretos, pois eu ia até a munck/ tbm na munck TTI fábrica de Ponte rolante/ na fundição da munck no km 25 e no km 30 na Jonsered fábrica de emolumentos agrícolas, e posteriormente na vendas de peças na estrada de Embu n°500
ResponderExcluirInfelizmente houve aquela crueldade, que os bandidos fizeram com o Sr. TORE ESVERRI MUNCK, ATÉ HJ TENHO NA MEMÓRIA GRANDE SAUDADES, DE UM TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS, QUE DEUS O ABENÇOE ONDE ESTIVER, ABRAÇOS AOS FILHOS E DESCENDENTES, POIS TIVE O PRAZER, DE CONVIVER MUNTOS DE SUAS LUTAS PARA O PROGRESSO DO BRASIL, ABRAÇOS TBM AOS EX.COLABORADORES TRABALHADORES DA OUTRORA GRANDE ( MUNCK )
NILSON A.MONTALVÃO !!!
Hoje sei que é Munck e guindauto, Sou grato a Deus por minha profissão deixar meus parabéns a família, Tore Albert Munck
ResponderExcluirEu me chamo Marcos
ResponderExcluirE tive o prazer de trabalhar com esse homem por longos 23 anos , que saudades que Deus o tenha em bom lugar .
Inicie minha carreira profissional na escola dele em Cotia turma 74 e em seguida já inicie na fábrica, Km 20 da Rodovia Raposo LigarTavares, como ajudante de tornearia e na sequência tive oportunidades como torneiro mecânico , inspetor de qualidade , planejamento de toda a produção da fábrica e vendas e por fim gerente comercial florestal. Fui um dos últimos funcionários a deixar a fábrica antes dela se fechar. Hoje, passeando pela Noruega senti saudades das pessoas e do ambiente que me proporcionou aprender e crescer. Munck pessoa e empresa, muita dignidade.