Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

UM PASSEIO PELO BRASIL



No final do ano, percorri 3.200 km de Fortaleza a São Paulo pela temida e famosa Rodovia BR.116. Observamos então, um Brasil, que o sul e uma parte do sudeste, ainda desconhecem. Um Brasil que está nascendo e renascendo de décadas de estatísticas negativas, mais que vai trocando esta roupagem antiga e gasta por esperança e sonhos de fazer parte do glamour, que aparentemente se vive no sul e no sudeste. Talvez neste ato impensado, de ser igual aos outros, deixe de olhar para o quintal de casa e construir um modo de vida diferente e de criar outras possibilidades econômicas culturais. Possibilidades que estão bem próximas dos sonhos e das mãos.

Viajamos, pelo Estado do Ceará, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Observamos novas possibilidades de construção e realizações de sonhos, antes esquecidos... Está ocorrendo um processo de imigração inversa ao que aconteceu a décadas de 60 e 70 para o sul e sudeste. Muita gente está voltando pra casa, sujeitando a ganhar menos mais ficar próximo da família. Muitos voltam, com a casa construída ou o terreno comprado, este movimento já criou até a danada da especulação imobiliária. Acreditem! Alguns pais até comentam, que próximo da família é melhor para educar os filhos. Este retorno às raízes é um fenômeno interessante, Saudade da mãe, do pai, do irmão e dos amigos de infância, dos costumes, dos hábitos e dos valores regionais. Tem-se a sensação de segurança, próximo dos entes queridos.

Nós que estamos aqui, nesta parte de baixo do mapa do Brasil, temos um visão distorcida do nordeste. Uma visão caricaturizada do nordestino, fome, desnutrição, ignorância, violência e outros denotativos. Não é bem assim! É uma parte do Brasil, que pode ser criado um novo núcleo econômico e elevar este pais ainda mais ao cenário internacional, não se esqueçam que o nordeste e norte já foram centros dominantes da economia. Sem criar uma falsa ideia, os males da política daqui, também têm lá. A pobreza de lá, também tem aqui. Traficantes e usuários de drogas que tanto tem nos preocupados, também tem lá. Mais tem uma vontade imensa de voltar para o lugar de origem e construir uma vida melhor. Sem os males sociais que conhecemos. Neste contexto favorável, entra os projetos de Política Pública.
A Bahia, não é só carnaval, o Ceará, não é só forro, Pernambuco, não é só frevo e Minas, não é só queijo. Tem cultura popular, que não aparece na mídia, e quando aparece é como se fosse um corpo estranho ao resto do país. Tem uma economia local, pulsando e que muitas vezes não aparece nas estatísticas. Nós que estamos na parte de baixo do mapa, precisamos olhar para a parte de cima, com a possibilidade de construir ou reconstruir o país com a nossa cara. Um país que fala vários sotaques, e que tem festa junina e não Holloween. Confesso que fiquei apaixonado e entusiasmado por este Brasil que ignorava. Entusiasmado, mais sem ufanismo, pé no chão.
A cada, Km corrido uma supressa, Rio São Francisco, Canudos de Antônio Conselheiro, Euclides da Cunha, uma parte do Vale do Jequitinhonha, um passeio que você precisa fazer. Apenas um aviso, não encontrará nenhum Mcdonalds na estrada