Eu
tinha a vovó da bala. Quando a vovó chegava, os netos presentes aguardavam
ansiosamente as balas saborosas que trazia. Todos nós já sentimos saudades das avós
que partiram... Do doce. Das regras que os pais impõem e as avós quebram sem
nenhuma cerimônia. E com autoridade. Como dizia minha mãe: os pais educam e as avós
deseducam. Não é bem assim:avó sempre aparece na hora do socorro! Socorra-me, vovó!
Amo-te,vovó.
Avó
não pode exercer o papel de mãe e nem de pai. De jeito nenhum! Quando elas
assumem esses papéis elas continuam sendo avós. Avó é toda esta mistura de
sentimentos que se reúne nos pais. Ainda acrescentando o sentimento de ser avó
que é diferente e único. Singular,avó é avó. Não é difícil entender, é? Avó tem
sempre uma palavra que acalenta. Uma palavra que lhe coloca para refletir sobre
o certo e o errado. Todos nós temos lembranças da culinária de algum prato que
a vovó oferecia para mostrar o seu amor para conosco.
E
os domingos na casa da vovó? Uma alegria imensa. Os filhos reunidos e os primos
e as brincadeiras e a esperada macarronada. A vovó Tereza tinha esta capacidade
de manter todos unidos. Vó tem essa atração. Unir! Avó sempre tem uma palavra de
carinho. Quando aconselha parece que nos conhece por dentro. O recado dado
atinge o coração. Como é bom ter uma avó. Avó é um porto seguro.
Não
esqueço quando deixei de estudar e minha avó foi severa e sem titubear
preveniu-me de todos os descaminhos que alguém que não estuda está sujeito nos
dias de hoje. Muitos já tinham dito o que ela disse e eu nem aí, nela prestei
atenção. Refleti! Ela agiu. Pegou-me pela mão e me devolveu à escola novamente.
Obrigado vovó da bala. Coisas de avó. Vó é bem isso mesmo! Proteção. Acolhimento.
Encaminha e manda o neto conquistar o mundo. Vó é coragem! Ora, se você não
teve uma vovó da bala com certeza teve a avó do doce de abóbora que só ela sabia
fazer. Ou faz ainda. Cada um de nós tivemos uma vovó e cada uma do seu jeito.
O
que te lembra sua vovó?