Tenho
recebido pedidos de amigos virtuais e não virtuais para que sejam ajudados a
encontrar parentes ou amigos que estão desaparecidos (perdidos). Muitos buscam
pais que nunca conheceram. Outros buscam mães que nunca viram. Outros querem o
reconhecimento de que são filhos de pais que resistem assumir a paternidade.
Alguns nunca assumirão, não sabem o que estão perdendo! Em quase todas as
falas, desses que buscam ser encontrados ou reconhecidos, lamentam o vazio no
peito que os incomoda. Querem ter uma origem. Perguntam, angustiados, quem são
seus pais. Parecem com eles? Vivem incompletos. É como se faltasse um pedaço da
alma.
Querem
uma memória.
As
histórias dos abandonados têm apenas algo em comum, o abandono. Porém, os
roteiros são diferentes um do outro. A Adriana, que nasceu em São Paulo, filha
do seu Ademir Nunes Batista que se mudou para cá e não se lembra do lugar onde
morava - o Rio de Janeiro. Adriana traça um roteiro em busca dos seus parentes.
A avó, Ana Maria Silva, de Minas Gerais, depois de casada
acrescentou o sobrenome Silveira. A avó que, com a morte da sua mãe durante o
parto, foi criada pela tia, em Belo Horizonte e depois enviada ao convento,
quando saiu com dezoito anos perdeu o contato com os parentes. Seu destino: Rio
de Janeiro.
No
Rio de Janeiro, dona Ana encontrou seu príncipe encantado o Sr.Francisco
Justino Fernandes da Silveira e formaram outra família. Ele cearense e, com o
tempo e a distância, perdeu o contato com a família. Depois de tanto tempo,
Adriana quer resgatar sua família. Quer reconstruir sua memória com outras
alegrias. Uma busca incessante...
Sabe,
Adriana, uma pequena história de reencontro para alimentar sua esperança. Outro
dia um amigo entrou aqui em casa com tanta alegria que ele mal cabia em si. Na
última eleição presenciou o reencontro de vários irmãos que não via há muito
tempo. Através do nome do irmão distante e pesquisando, eles descobriram o
paradeiro e a seção em que ele votava. Lágrimas e sorrisos se misturavam e
abraços apertados de saudade.
Boa
sorte, Adriana!
Há
outros encontros que não acontecerão infelizmente. As lágrimas alimentarão a
tristeza. O vazio da alma só aumentará. Ora, ninguém fica sozinho, sempre
aparece uma mão para acalentar. A menina crescida conheceu o pai e os
meios-irmãos, mas não pode dizer, ele covardemente nega esse seu passado. Mas a
menina suporta esse abandono com maestria, mesmo com todos vivendo na mesma
cidade. Outra menina, de cidade distante daqui, tem o nome do pai e o lugar
onde trabalhou. Com o tempo a empresa fechou e ninguém se lembra do nome que
ela me enviou. Ela continua buscando seu passado...
São
muitas histórias?
Não
poderia de deixar que faltasse um pedacinho nessas buscas para os pais de
coração, que ampararam esses com se fossem seus filhos. As mães que foram pais,
toda a nossa admiração. Os mesmos sentimentos aos pais. Os avós que criam seus
netos como se fossem filhos. E assim por diante... merecem nossa respeito e
carinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário