A
língua é minha pátria e eu não tenho pátria: tenho mátria. E quero frátria –
Caetano Veloso
Há dias (meses) que os meios de comunicação vêm
mostrando cenas horrendas dos imigrantes que tentam chegar à Alemanha ou em outros
países da Europa em busca da reconstrução de suas vidas longe da guerra, da fome
e da intolerância religiosa. Refugiados. Não
podemos esquecer a cena expressa em todas as mídias de uma criança sendo
recolhida morta em uma praia da Turquia por um policial, é algo doloroso que
entristece o coração e emudece a alma. Não devemos esquecer de maneira
nenhuma nem depois que a onda mediática passar.
Escravidão não é coisa de gente civilizada.
Não podemos esquecer que no século XV, no
Brasil, não foi diferente com os negros que morreram no percurso da África para
cá. Traficados. Milhares de mortos!Jogados ao mar e mortos no trabalho
exaustivo do trato da cana-de-açúcar e chicoteados nas senzalas, semelhantes a bichos. Não podemos esquecer nem
momentaneamente. Não podemos esquecer que intolerância é coisa de gente que não
sabe o valor da cidadania. Cidadão!
A
crueldade humana parece quase natural.
Não
podemos nos esquecer dos processos migratórios pelo Brasil. Do Nordeste para o Sudeste
e o inverso.Mão de obra barata.Em busca de sonho. Fugindo da fome. Fugindo das
perseguições. Os imigrantes de várias nações que vieram para cá no final do
século XlX em busca de uma vida melhor. Em busca de terra que seus países de
origem lhes negavam. Esquecer jamais. Precisamos reconstruir nossa memória histórica.
A morte de crianças e inocentes choca demais. A
criança mais ainda porque enxergamos uma vida que mal começou.
Tem coisa que não dá para esquecer. A chacina
de Osasco e Barueri com 19 mortes. Gente inocente. O Estado que deveria
proteger não consegue explicar quem matou. Omissão. Não podemos nos esquecer de
tantas outras chacinas e mortes que viraram estatísticas e são apresentadas
frias e sem vida. E como se a vida não valesse nada. A vida tem um valor
imensurável! Não podemos nos esquecer disso jamais!
Não esqueça que fazemos parte do mundo.
Não dá para esquecer a cena do homem tentando,
como um super-herói de desenho animado, salvar a moça das mãos do anti-herói. Indiferença.É
assassinado na frente da Catedral da Sé, diante da
multidão que assiste atônica. Diante de Deus!Não dá para esquecer cena como essa
que mostra um ato de solidariedade de um morador de rua (caso não seja um
morador de rua não importa - era um ser humano). É isso mesmo - um morador de
rua! Não devemos esquecer jamais. Mesmo que a onda mediática passe como uma ventania.
Diáspora não é uma invenção da sociedade
moderna é bem mais antiga...
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