Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quarta-feira, 16 de março de 2016

CONFUSÃO


A sensação é de confusão total. Cada dia uma novidade no mundo da política. Os denunciantes, depois de algumas horas de “pop star” e glória, viram réus. Publicamente esculhambados. A cada dia uma novidade nos relacionamentos. Amor perfeito, declarado com ostentação. Em um tempo curto, separação. O amor perfeito vira baixaria, escárnio. Um fala do outro sem qualquer preocupação ética. Alguns segundos e o evento é esquecido, esperando o próximo escândalo. Até o “japonês da Federal”, símbolo da lisura, foi pego com a mão na botija. Contrabando. Sensação do carnaval. Carcereiro da Lava Jato. Teve seu momento de glória. Caiu em desgraça em poucos dias. Cada dia uma confusão.

Cada dia uma confusão.  O jeans surrado, cabelo comprido, tênis desgastado e uma ideologia na cabeça e na práxis. Abaixo a Ditadura Militar. Tortura. Medo. Uma geração insegura. Caras pintadas, estudantes, jovens. Uma geração que sabia onde queria chegar. Encantou. Fora, Collor. O caçador de marajás. Iludidos. Fomos. Chiques. Passeiam e manifestam pelas ruas com roupas de grife. Antenados nas redes sociais. Aparecidos. Querem ser vistos. Fazem poses. Fazem caretas. Indignados. Pedem o fim da corrupção. Com razão. Esperam um herói. Quem será? Até agora aqueles que se colocaram à disposição a ser heróis caíram em desgraça.

A confusão é geral. A babá, o cachorro, o bebê e os patrões passeiam pela passeata. Civilizados. Como fica a luta de classe? Acabou? Panelaço. Não querem nem ouvir o que o outro lado tem a dizer. Ora, ordeiros. Ora, desordeiros. Um espetáculo atrás do outro. Um movimento atrás do outro. Os políticos ficam desorientados. A oposição oportunista. Vaiados. Expulsos. Embusteiros. Estão como barata tonta. Confusão. Xingação. Político em baixa. Parece que não entenderam o que a rua deseja. Ou fazem de conta que não entenderam. Estão de olho nas eleições de outubro. Apavorados.

Eleição. Não venda voto. Não compre voto. Temos culpa no cartório, elegemos e amanhã não nos lembramos em quem votamos. Esquecimento. Não levamos a sério esta responsabilidade de eleger. Elegemos. Parece que temos vergonha de dizer que elegemos irresponsavelmente.  A confusão é geral. Quando chega a eleição votamos no que estamos enxergando. Imediatismo. Não analisamos. Parece que tratamos eleição como entretenimento. Diversão. Tiramos o corpo fora. Imputamos responsabilidade ao outro. Sentimos aliviados. O povo não sabe votar. O povo é burro. Desapreciamo-nos. É o tal complexo de vira-lata. Estamos como barata tonta. A confusão é geral.


A saída está em nossas mãos...

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