A sensação é de confusão total.
Cada dia uma novidade no mundo da política. Os denunciantes, depois de algumas
horas de “pop star” e glória, viram réus. Publicamente esculhambados. A cada
dia uma novidade nos relacionamentos. Amor perfeito, declarado com ostentação. Em
um tempo curto, separação. O amor perfeito vira baixaria, escárnio. Um fala do
outro sem qualquer preocupação ética. Alguns segundos e o evento é esquecido,
esperando o próximo escândalo. Até o “japonês da Federal”, símbolo da lisura,
foi pego com a mão na botija. Contrabando. Sensação do carnaval. Carcereiro da
Lava Jato. Teve seu momento de glória. Caiu em desgraça em poucos dias. Cada
dia uma confusão.
Cada dia uma confusão. O jeans surrado, cabelo comprido, tênis
desgastado e uma ideologia na cabeça e na práxis. Abaixo a Ditadura Militar.
Tortura. Medo. Uma geração insegura. Caras pintadas, estudantes, jovens. Uma
geração que sabia onde queria chegar. Encantou. Fora, Collor. O caçador de
marajás. Iludidos. Fomos. Chiques. Passeiam e manifestam pelas ruas com roupas
de grife. Antenados nas redes sociais. Aparecidos. Querem ser vistos. Fazem
poses. Fazem caretas. Indignados. Pedem o fim da corrupção. Com razão. Esperam um
herói. Quem será? Até agora aqueles que se colocaram à disposição a ser heróis
caíram em desgraça.
A confusão é geral. A babá, o
cachorro, o bebê e os patrões passeiam pela passeata. Civilizados. Como fica a
luta de classe? Acabou? Panelaço. Não querem nem ouvir o que o outro lado tem a
dizer. Ora, ordeiros. Ora, desordeiros. Um espetáculo atrás do outro. Um
movimento atrás do outro. Os políticos ficam desorientados. A oposição
oportunista. Vaiados. Expulsos. Embusteiros. Estão como barata tonta. Confusão.
Xingação. Político em baixa. Parece que não entenderam o que a rua deseja. Ou
fazem de conta que não entenderam. Estão de olho nas eleições de outubro. Apavorados.
Eleição. Não venda voto. Não
compre voto. Temos culpa no cartório, elegemos e amanhã não nos lembramos em
quem votamos. Esquecimento. Não levamos a sério esta responsabilidade de
eleger. Elegemos. Parece que temos vergonha de dizer que elegemos
irresponsavelmente. A confusão é geral. Quando
chega a eleição votamos no que estamos enxergando. Imediatismo. Não analisamos.
Parece que tratamos eleição como entretenimento. Diversão. Tiramos o corpo
fora. Imputamos responsabilidade ao outro. Sentimos aliviados. O povo não sabe
votar. O povo é burro. Desapreciamo-nos. É o tal complexo de vira-lata. Estamos
como barata tonta. A confusão é geral.
A saída está em nossas mãos...
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