Tenho visto quase toda semana na mídia local, denúncias de desmatamento de áreas verdes da cidade de Cotia para a construção de empreendimentos imobiliários. Antes que possam pensar que tenho alguma coisa contra o desenvolvimento do município quero deixar claro que progresso é sempre bom, o que incomoda é o crescimento desorganizado. Tenho visto também nesta mesma mídia o esforço da Secretaria de Meio Ambiente para autuar os infratores. Mesmo assim, os crimes ambientais continuam em ritmo acelerado, ou melhor, alucinado. Aí resta questionar: Qual o poder de decisão da Secretaria de Meio ambiente em relação a estes crimes ambientais? É só de atender as denúncias e autuar os infratores? Judicialmente, o que acontece com estes infratores? Quem autoriza a construção destes empreendimentos? É a Secretaria de Meio Ambiente? São apenas algumas dúvidas...
A estratégia de desmatamento ilícito não é tão diferente da ocupação de terrenos para a construção de moradias irregulares, ou seja, “vai construindo que depois a gente resolve”. Esta depois se torna uma questão social e “sobra” para o poder público, que não viu a irregularidade ou fez de conta que não viu. É bom lembrar que este tipo de ação às vezes é incentivado por candidatos. Gente vale voto! Em relação ao desmatamento, as táticas são as seguintes: provocar um incêndio na área desejada ou, enquanto não chega a autorização para o desmatamento, fazer o serviço veladamente, ir contando o mato rasteiro até chegar a tal permissão. Afinal, quem dá a autorização para o desmatamento em Cotia? É Secretaria de Habitação? Quais os trâmites para solicitar o desmatamento de uma área? Estas são mais algumas dúvidas...
Desmatamento não é só derrubar o mato que tanto incomoda o progresso. Implica em mexer no ecossistema deste ambiente. Segundo informações que obtive, antes de ser permitido o desmatamento e para dar andamento no processo para construir alguma coisa, é feito um levantamento da flora e da fauna do lugar. E depois do levantamento, o que acontece com a fauna e a flora? Existe compensação? Que tipo de compensação? Quem fiscaliza esta compensação? Afinal, quem autoriza os pedidos de desmatamento? É a Secretaria de Meio Ambiente do Estado São Paulo? Apenas algumas dúvidas a mais...
Esta é a ideia que fica: de omissão do poder público frente a um assunto tão importante e delicado. Parece que ninguém é responsável pela questão. Esta omissão é perigosa, atenta contra as instituições democráticas e abre caminho para a barbárie.
Não me alongando muito mais neste assunto, este crescimento desordenado e ganancioso acaba por exigir a construção de escolas, de postos de saúde, exige segurança, transportes, infraestrutura esta que se vê claramente que não está sendo providenciada pelo poder público. Ou melhor, acontece lentamente, enquanto que a invasão imobiliária é devastadora.
No artigo que escrevi neste espaço, intitulado Prostituição em torno do Ginásio de Esportes, chamei a atenção dos poderes legislativo, executivo e judiciário para o problema. Quero alertar estes mesmos organismos com relação ao desmatamento. Afinal, esta cidade tem um Plano Diretor. Estes poderes não podem fazer de conta que nada está acontecendo. Afinal...
Professor Marcos Roberto Bueno Martinez
Sempre me pergunto isso...pra onde vão esses bichos,essas plantas...Mas acho que isso não importa,porque planta e bicho não vota!.
ResponderExcluirClaro que tem mãos inteira(ocultas ou não)trabalhando na contra-mão da história aqui em Cotia...
O mundo todo luta pela preservação...Cotia,pela destruição...
Aqui no Parque São George,há uma invasão de micos,cobras,esquilinhos...todos vindo do terreno imenso que a PREFEITURA loteou a preço de ouro.
Onde era uma reserva,hoje é um deserto...e os bichos?
Salvos alguns...outros viraram pastel na avenida São Camilo....
Mídia pra divulgar?Só Deus por nós...ou pelos bichos e plantas.
E não foi á toa,que Nóe colocou tantos bichos na arca e tão poucos seres humanos...rsrsrsr
Sinto repassar-lhe prof. Marcão, o Plano Diretor de Cotia não foi construído com a ajuda da população, como deveria ter sido de acordo com o Estatuto das Cidades. Antes de ser formalizado, estudaram a fundo as possibilidades de locais que seriam mais vantajosos em futuras negociações para diversos empreendimentos , seja industriais como residenciais, e novamente estamos às vésperas de refazê-lo, e fica a pergunta:
ResponderExcluirHaverá o que determinar neste novo Plano Diretor, no que resta de áreas ainda não adensadas? Neste novo PD, diante de tantos desmatamentos e centenas de novos loteamentos, restará mesmo é planejar a criação de infraestruturas para instalação de novos equipamentos públicos que possa atender com dignidade toda a cidade e a todos os novos ocupantes das milhares de residências recém lançadas e as que ainda estão a caminho.
Dora A.Tschirner