Resolvi acompanhar e escrever sobre a vida escolar da minha filha de
cinco anos. Será que consigo? No início do ano letivo, quase toda escola se
prepara para receber seus novos alunos, poucas se preparam para receber os pais
dos alunos. Tem pai que sofre... (risos). Alguns até perdem o sono, pensando
como vai ser o primeiro dia de escola do seu rebento, até então, criados,
mimados e protegidos de baixo das asas dos pais. Confesso: Entrei em pane, de
pensar que algum menino pudesse bater na Maria. Imaginei um garoto gordo de
bochechas rosadas com cara zangada partindo pra cima da menina para ganhar
espaço. Fiquei maluco, só de pensar. Fiquei ansioso, além da conta, tomei um
bule de café, antes do meio dia. Chegava cinco dá tarde e não chegava o meio
dia, horário para buscar a Karolina.
Os filhos são sempre uma surpresa. Abriram o portão da escola e Maria
saiu aos prantos, fiquei apreensivo, aconteceu alguma coisa? Pai sempre pensa
no pior (risos). Que nada, aquele choro compulsivo, era por querer continuar na
escola. Quando vi aquela cena me senti o último biscoito do pacote. Senti-me
rejeitado e um vazio tomou meu peito, começava ali uma fase da vida que teria
que aprender a dividir Karolina com o Mundo. Como dói esse sentimento! Dá uma
sensação de perda imensa. Só para tranquilizar, tudo isto passa e vêm outras
preocupações. Uma coisa bacana, nessa nova fase, é que às vezes somos muito
solícitos com os filhos e não esperamos ser solicitados. E aos poucos eles vão
contando histórias deste novo momento, pai tenho uma amiguinha, ela chama
Clara. Pai, na escola tem tartaruga, coelho... Pai que letra é esta que esta no
seu livro? Pai, quantos dedinhos, tem em minhas mãos. Muitos porquês! Como os
filhos nos ensinam?
Como os filhos são diferentes um do outro. É comum ouvirmos em uma
roda de pais, dei a mesma educação para meus filhos, mais são tão diferentes.
Aonde eu errei? Eles são diferentes mesmo! Além da diferença, são educados em
contextos diferentes. O meu filho Ícaro, agora com 27 anos, teve outra formação
educacional. Tivemos todos os cuidados para uma boa formação, mais não fui tão
presente como estou com Karolina. A vida era outra, estava começando a
faculdade... Sem justificativas. Com a Maria espero que seja diferente. Esta
semana pediu para que eu contasse os dedinhos das mãos e dos pés, queria saber
quantos eram representados através dos números. Para finalizar, quero dividir
este momento com vocês, e já comecei a ler os livros infantis e a montar a
biblioteca da minha Maria.
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