Querida Sandra,
ontem
quando recebi a notícia da sua partida fiquei alguns minutos inerte. Intacto! É
o tipo de notícia que recebemos e ficamos trabalhando os pensamentos e
sentimentos para não acreditar. Inacreditável! Porque ela, meu Deus? Foi muito
difícil aceitar que você partiu... Outro dia estava curtindo suas fotos de
viagem que você fez para comemorar 25 anos de casada. Como o tempo passa.Outro
dia estávamos brigando para estabelecer a democracia e você também estava lá.
O
lugar onde a gente mora tem amigos com os quais nunca nos falamos, mas
encontramos na Igreja, nas compras e elas fazem parte da nossa vida
comunitária. Com outros, de forma direta, criamos uma relação afetiva. E
sentimos muito quando alguém parte... Parece que fica aquele vazio. Parece que
perdemos alguém que dividimos os nossos momentos de vida. Sandra, quando fiquei
sabendo do acontecido,vieram-me as cenas da década do início
de 80, quando lutávamos pelo estabelecimento dos direitos civis.
Assim,
quero guardá-la na minha memória. Uma guerreira. Uma cidadã consciente do seu
papel social. Uma mulher religiosa. Uma mãe cuidadosa da sua família. Assim
quero guardá-la no meu coração.Sandra, uma coisa importante é quando deixamos
marcas na vida das pessoas com quem vivemos comunitariamente. E você deixou sua
marca vivendo com dignidade e ética. Saudades!
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