Fui surpreendido com uma pergunta
da Maria Karolina sobre a existência do Papai Noel. Na lata e sem rodeio, Maria
perguntou: Papai Noel existe? Gaguejei. Enfaticamente Karolina perguntou
novamente: Papai Noel existe? Respondi com certa insegurança. É uma lenda, uma
fantasia. A terceira opção para responder a pergunta de Maria foi pior que as
anteriores: Papai Noel é fantasia, mas ele existe. Vergonhoso. Ela resmungou e
mostrou completa insatisfação com as respostas dadas. Agora, imagina a confusão
que provoquei na cabeça da menina.
Ficou uma lição: não fale sobre
assunto que você não tem informação.
Aos incrédulos: Papai Noel
existiu de verdade! Papai Noel era turco. Papai Noel foi Arcebispo, em 280 d.C.
Papai Noel era caridoso. Distribuía moedas para os pobres e as depositava em
saquinhos próximos às chaminés. Está aliviado em saber que Papai Noel não é uma
mentira? As informações da sua existência não param por aí. O Arcebispo Nicolau, pela sua bondade e
milagres, após sua morte se tornou Santo. São Nicolau.
É só no final do século XIX, na
Alemanha, que São Nicolau ganha a roupagem de Papai Noel. Neste período sua
vestimenta de inverno era marrom e verde escura, completamente diferente de
hoje.
Papai Noel é global. Na Alemanha ele
recebe o nome de Kris Kringle – criança de Cristo. Na Suécia é chamado de
Jultomten. Na Holanda ele é chamado de Kerstmaan. Na Finlândia de Joulupukki.
Diferente, né? Na França Papai Noel recebe o nome de Père Noël, na Espanha, de
Papá Noel. Até no Japão tem Papai Noel. Lá ele é chamado de Jizo. Na Itália de
Babbo Natale. Na Inglaterra Papai Noel se pronuncia assim: Father Christmas e
nos Estados Unidos é Santa Claus. Na Rússia ele é Grandfather Frost.
Tem adulto que gosta de
desconstruir a imagem do Papai Noel, dizendo aos seus filhos que ele nunca
existiu. Não minta para seu filho. Há aqueles que impiedosamente acusam-no de
ser representante do capitalismo selvagem. Bobagem! No mínimo, a imaginação
aduba o cérebro dos pequenos.
Com o tempo a criança vai
distinguindo o que é real e fantasia. Foi assim com a gente, apesar de que
Papai Noel existe. Não subestime a inteligência dos seus, dos nossos filhos.
Com o tempo eles descobrirão que o presente que ganhavam no final de cada ano
era comprado pelo Papai Noel de carne e osso. O importante é que ele viveu esta
fantasia. Se radicalizarmos nossa posição negando a existência dele, estaremos negando
às nossas crianças os contos de fadas e heróis que quase todo mundo teve na
vida.
Papai Noel é o intermediário que
estabelece um laço de afeto entre pais e filhos. É serio. Papai Noel é pai de
quem não tem pai. Então, ele não pode ser tão ruim assim para a formação
emocional dos nossos filhos. Papai Noel ensina. Abre a possibilidade que você
seja caridoso pelo menos uma vez por ano. Não me diga que você nunca pegou um
kit de uma instituição de crianças que só têm o Papai Noel para presenteá-las?
Para terminar, esse jeitão de
Papai Noel que conhecemos hoje ganhou vida na década de quarenta, em uma
propaganda da Coca Cola. Inclusive a roupa vermelha. Pergunto eu, que culpa tem
Papai Noel? Ele é uma figura que está acima de qualquer ideologia. E por falar
em ideologia... eu quero uma para viver. Boas festas e fantasias!