A Escola Pequeno Cotolengo, em
Cotia, está entre as que fecharão suas portas aos alunos da comunidade no
próximo ano. O Governo do Estado de São Paulo está irredutível no sentido de
abrir mão do Projeto de Reorganização das Escolas, mesmo das que foram ocupadas
pelos alunos. Enquanto o Governo investe na racionalidade do projeto, os alunos
se apegam aos sentimentos. Apegam-se ao afeto pelo espaço escolar que faz parte
das suas vidas. Talvez seja este fator sentimental importante que o governo não
tenha percebido.
O que diferencia a Escola Pequeno
Cotolengo das outras que o Governo deseja fechar é que ela está ligada à instituição
religiosa Dom Orione. O prédio pertence à instituição. O Estado paga o aluguel.
O Estado pensa com o bolso e os alunos, ex-alunos e professores pensam com o
coração. O rolo compressor do Projeto de Reorganização não considera a memória
e o afeto da comunidade pelo seu espaço escolar. Um erro gravíssimo. Foram
pegos de surpresa.
Um apelo de quem foi professor
desta escola na década de noventa é que o Governo abra o diálogo com a
comunidade escolar para uma possível solução em relação a este fechamento. É uma
oportunidade para o Governo do Estado tirar a pecha de insensível às questões
da Educação. O argumento de afeto e sentimento pode parecer ingênuo. Pode
parecer babaquice, mas este movimento de ocupação das escolas pelos alunos é
positivo demais. Mostra que as pessoas gostam da escola e tem apego.
Os alunos especiais do Cotolengo
vão estudar em que lugar? Em outra
escola? Como fica a mobilidade destes alunos? São coisas que precisam ser
conversadas. São dúvidas que precisam ser tiradas. É preciso dialogar. Mais uma
vez o Governo do Estado implanta um projeto goela abaixo das comunidades
escolares e enfrenta resistência por falta de diálogo. Solidarizo-me aos
alunos, pais, funcionários e professores da Escola Pequeno Cotolengo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário