Você já assistiu a um filme que
lhe marcou tanto que gostaria que seus amigos vissem? Um filme que lhe
provocasse tanta emoção e reflexão que você gostaria que muitas pessoas
assistissem? Quando assisti ao filme “Pro Dia Nascer Feliz” (o filme está à
disposição no Youtube), do cineasta João Jardim, me deu essa vontade louca que
muitas pessoas fizessem o mesmo. Assistam! Aí resolvi escrever este pequeno
artigo. O filme trata de um tema que nos custa caro, enquanto nação. Um tema corriqueiro
quando se fala que alguma coisa precisa mudar no país. Educação. Quanto nos
custa caro uma educação de péssima qualidade?
Um documentário extraordinário.
O filme não traz nenhum
especialista em educação para tratar do assunto. Nenhuma reivindicação política.
Nenhum curioso querendo tratar de um assunto que desconhece. Nenhum palpiteiro.
Os protagonistas do documentário são aqueles que estão inseridos no contexto da
escola. Funcionários. Alunos. Direção e professores. A clareza com que estes
atores inseridos ali falam de violência, abandono, despreparo profissional,
humilhação, condições péssimas de trabalho, pautam-nos que os problemas são
muitos, mais sérios do que imaginamos.
Jovens de regiões diferentes do
Brasil com sua fala acentuam descaradamente como a educação é tratada com
descaso e desrespeito pelos agentes públicos. Com toda falta de estrutura,
adolescentes buscam uma saída através do estudo. Destaca-se uma garota, poetisa
nordestina, que acredita no seu talento, mas é desacreditada pelos amigos e
professores que não enxergam nela este talento. Entretanto persiste! O aluno
carioca que trava uma luta árdua entre ficar na escola ou entregar-se a o tráfico.
No tráfico ele será muito mais reconhecido do que se frequentar a escola. Os professores não desistem deste garoto.
Investem em projetos interdisciplinares. Sozinhos. A garota de classe média da
escola particular em São Paulo que tem seu caminho trilhado. Futuro certo. As
diferenças sociais deste país são realmente gritantes.
Um filme que merece ser
assistido!
O que me deixou emocionado e
perplexo foi a angústia no depoimento dos nossos jovens, bem nascidos ou não,
com a ausência dos pais. Muitos querem ser ouvidos. Abraçados. Querem atenção.
Muitos jovens encontram este aconchego no seio da escola. Este fato reforça a
ideia, já antiga, de que a presença dos pais no ambiente da escola é salutar. Muitos
pais não conhecem seus filhos até serem chamados à direção por alguma situação
disciplinar. Reagem perplexos: “Este não é meu filho.” - quando a Direção relata
as atitudes dos seus rebentos. Muitos pais
não sabem lidar com este novo filho. A contrição é a primeira reação.
Um grupo de jovens conversa entre
si sobre as agressões praticadas por eles contra professores com a maior naturalidade.
Professores com medo. Professores acuados. Agressões físicas e psicológicas. Os
pais desconhecem. Um documentário que deve ser assistido... A saída deste caos é
simples, mas não simplista.
Um filme necessário, que deve ser
assistido com a família. Insisto!
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