Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

ENCONTROS & REENCONTROS


Tenho recebido pedidos de amigos virtuais e não virtuais para que sejam ajudados a encontrar parentes ou amigos que estão desaparecidos (perdidos). Muitos buscam pais que nunca conheceram. Outros buscam mães que nunca viram. Outros querem o reconhecimento de que são filhos de pais que resistem assumir a paternidade. Alguns nunca assumirão, não sabem o que estão perdendo! Em quase todas as falas, desses que buscam ser encontrados ou reconhecidos, lamentam o vazio no peito que os incomoda. Querem ter uma origem. Perguntam, angustiados, quem são seus pais. Parecem com eles? Vivem incompletos. É como se faltasse um pedaço da alma.

Querem uma memória.
As histórias dos abandonados têm apenas algo em comum, o abandono. Porém, os roteiros são diferentes um do outro. A Adriana, que nasceu em São Paulo, filha do seu Ademir Nunes Batista que se mudou para cá e não se lembra do lugar onde morava - o Rio de Janeiro. Adriana traça um roteiro em busca dos seus parentes. A avó, Ana Maria Silva, de Minas Gerais, depois de casada acrescentou o sobrenome Silveira. A avó que, com a morte da sua mãe durante o parto, foi criada pela tia, em Belo Horizonte e depois enviada ao convento, quando saiu com dezoito anos perdeu o contato com os parentes. Seu destino: Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, dona Ana encontrou seu príncipe encantado o Sr.Francisco Justino Fernandes da Silveira e formaram outra família. Ele cearense e, com o tempo e a distância, perdeu o contato com a família. Depois de tanto tempo, Adriana quer resgatar sua família. Quer reconstruir sua memória com outras alegrias. Uma busca incessante...

Sabe, Adriana, uma pequena história de reencontro para alimentar sua esperança. Outro dia um amigo entrou aqui em casa com tanta alegria que ele mal cabia em si. Na última eleição presenciou o reencontro de vários irmãos que não via há muito tempo. Através do nome do irmão distante e pesquisando, eles descobriram o paradeiro e a seção em que ele votava. Lágrimas e sorrisos se misturavam e abraços apertados de saudade.

Boa sorte, Adriana!

Há outros encontros que não acontecerão infelizmente. As lágrimas alimentarão a tristeza. O vazio da alma só aumentará. Ora, ninguém fica sozinho, sempre aparece uma mão para acalentar. A menina crescida conheceu o pai e os meios-irmãos, mas não pode dizer, ele covardemente nega esse seu passado. Mas a menina suporta esse abandono com maestria, mesmo com todos vivendo na mesma cidade. Outra menina, de cidade distante daqui, tem o nome do pai e o lugar onde trabalhou. Com o tempo a empresa fechou e ninguém se lembra do nome que ela me enviou. Ela continua buscando seu passado...

São muitas histórias?


Não poderia de deixar que faltasse um pedacinho nessas buscas para os pais de coração, que ampararam esses com se fossem seus filhos. As mães que foram pais, toda a nossa admiração. Os mesmos sentimentos aos pais. Os avós que criam seus netos como se fossem filhos. E assim por diante... merecem nossa respeito e carinho. 

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