Será que tem alguém que algum dia na vida não tenha ouvido falar do Papai Noel? Você pode até não acreditar, mais já foi tocado pela onda positiva que irradia e o cerca durante esta época de final de ano. Com certeza, já foi!
A primeira sensação que o Papai Noel provoca na gente, quando pequenos, é de confusão, por acharmos que temos dois pais. Lembra como ficava a sua cabeça de criança, que além daquele pai do cotidiano tinha outro que aparecia com grande estardalhaço no final do ano, e que depois era quase esquecido? É difícil? Penso que talvez o que ajude a amenizar qualquer impacto emocional que possa fundir as cabeças das crianças, seja que aquele Papai Noel trazia presentes. Era só pedir! E até hoje os adultos continuam não perdendo tempo em usar esta figura imaginária, para criarem regrinhas de comportamento. Estabelecem uma relação de troca e controle entre a criança e o presente a ser recebido: “Olha, se você não obedecer, Papai Noel não vai dar aquele presente que você pediu. O Papai Noel não gosta de criança malcriada e deste jeito você não vai...” Lembra destas chantagens? Quem diria, o velho Noel fazendo parte da nossa educação e das primeiras noções de civilidade.
Outro dia assisti a uma cena muito engraçada, envolvendo o Papai Noel e um pai entusiasmado em apresentar o filho ao velhinho. O filho esbugalhou os olhos e aquela expressão de horror tomou conta do seu rosto e ele gritava, ao mesmo tempo em que esperneava e falava aos berros “eu não quero, eu tenho medo dele!” e apontava o Noel. O pobre ator tentava não perder a pose e o pai, constrangido, insistia na árdua tarefa. Ho, ho, ho, aqui entre nós...
Imagine aquele homem obeso (Papai Noel magro não tem graça), enorme, vestido de vermelho e com barba branca, sendo apresentado para seu pimpolho. Tenho certeza que você já assistiu esta cena na sua vida. Algumas crianças têm medo, mas tem outras que vão com a figura do papai Noel logo de cara. Abraçam, pedem presentes e ouvem as histórias que ele conta. E claro, haja dinheiro (dos pais biológicos e de coração) para atender aos pedidos que fazem ao velhinho! Lista das solicitações: notebook, tênis de marca, a boneca “tal”, o novo game lançado, e outras coisas da moda...
Não querendo ser ingênuo ou bobinho (eu mesmo), outro dia fiquei prestando atenção numa destas conversas de Papai Noel com criança. Ouvi um menino bem vestido, loirinho de olhos azuis, fazendo um pedido inusitado: “Não quero nada do tem nestas lojas, tenho quase tudo. Quero uma caixa de cheia de carinho, de atenção, e um monte de abraços e beijos dos meus pais. Espero que o bom velhinho tenha providenciado presentes tão nobres.
E quando nós éramos crianças, quantas noites e madrugadas ficamos com os olhos entreabertos, fingindo que estávamos dormindo, à espera do Papai Noel, que na noite de Natal deixaria o presente tão esperado na janela do quarto onde dormíamos. Ficávamos ansiosos, acreditando que ele viria antes do combinado. Passávamos semanas sem dormir direito. Nunca consegui dar um flagra no Noel deixando o presente. E teve vários natais que ele não apareceu – porque seria? Lembra como era feito o pedido do que queríamos ganhar? A gente colocava um bilhete no sapato e o deixava em baixo da janela, pois assim o Papai Noel apareceria. Nem sempre!
Outra comemoração desta época é a festa de Ano Novo. Na minha infância o costume era fazermos uma galinhada para a ceia, de preferência com a galinha dos vizinhos, que eram convidados para a comilança e somente muito depois ficavam sabendo da traquinagem. E há ainda outra festa, depois da chegada do novo ano, a Folia de Reis. Uma pena que poucos lugares conservem a tradição. Lembro que “os antigos” falavam para os pequenos terem cuidado com os palhaços, pois eles roubavam crianças. Dava um medo danado, mas mesmo assim a gente curtia. Muito. E também é uma pena saber que tudo sai de moda, menoso Papai Noel. E que ele existe, existe!
Desejo “Boas Festas” aos leitores do Portal Viva!, aos amigos do Orkut, do Facebook, e aos colegas blogueiros.
Professor Marcos Roberto Bueno Martinez
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