“Experimentar a diferença de ideias mansamente é uma das
evidências da amizade”!
Rubem Alves
Rubem Alves
Um pouco de tudo aconteceu
nesta última campanha eleitoral, mas o que prevaleceu foia desinformação diante
de tanta informação, mesmo que, às vezes, manipulada!
Muitos temas elencados
nas redes sociais produziram falatórios e brigas em uma proporção descabida. Sem
sentido! Dando vazão a frases preconceituosas à beira do ódio e rancor (na
maioria das vezes os candidatos e os eleitores deixaram de discutir o que realmente
interessava...). Ora, o que assistimos de fato nesses dias de campanha foi a“velha”
luta de classes aflorando e mostrando as diferenças entre as várias classes sociais,sem
deixar de lado a alienação diante dos mecanismos que fazem funcionar a sociedade.
A que classe social você
pertence?
Bastava declarar o voto
a um candidato que contrariasse a escolha de outro eleitor (amigo ou não...)
para o xingamento tomar conta da relação... (amizades de longas datas foram
interrompidas). Bobagens!
Talvez isso mostre um
pouco,realmente, como somos intolerantes diante das diferenças. Somos iguais só
da boca pra fora. Esta rixa entre São Paulo e o Nordeste é tão viva dentro das
pessoas que chega a amedrontar. O preconceito contra o negro e as minorias
tomou dimensões assombrosas. Foi muito bom que esses sentimentos viessem à tona
na medida em que denunciaramo quanto, ainda, precisamos trabalhar questões que
nos atormentam quando se trata de diferenças ou de diferentes.
Grande engano quando
achávamos que a democracia resolveria esses sentimentos e costumes. Eles estão
arraigados na nossa História. Arraigados em nossa memória. Arraigados no
inconsciente coletivo.
Outra argumentação até
ingênua nessa eleição tomou dimensão idiotizante. De um lado os pobres e do
outro os ricos. Foi um samba do crioulo doido, pobre defendendo rico e rico
defendendo pobre. Parece que não temos um conhecimento de como funciona o
mecanismo dos meios de produção que nos incapacitam para termos noção do que
somos nessa estrutura capitalista (no comunismo não seria diferente).
O que você é:pobre ou
rico?
Deixamos mais uma vez
de discutir aquilo que interessa. Ótimo para os políticos. O que tinha de gente
sem noção nessa eleição foi absurdamente assustador. Tudo vale como aprendizado.
Algumas pessoas estavam tão envolvidas emocionalmente e comprometidas com a
desinformação que sua pauta reivindicatória era a volta dos militares ao poder.
Besteira! (Viva a democracia!).
Um aspecto negativo dessa
eleição foi pautar a corrupção como se fosse uma invenção de quem está no poder
atualmente. A corrupção não é uma invenção nacional. A corrupção não é uma
invenção de quem está no poder independente da época. A corrupção surgiu com a
humanidade. O que precisa é criar mecanismos para coibi-la.
Esse purismo de que meu
partido vai ser melhor que o outro...ilusão! Talvez aí
esteja um motivo porque nos decepcionamos com a política e com os políticos.
Deveríamos nos decepcionar com nossas posturas preconceituosas. Temos que mudar
o mecanismo que faz funcionar essa engrenagem. Além disso, mexer com a gente
naquilo que desejamos para a sociedade. Corrupção é um vício que está
engendrado em todos os setores da sociedade. Como é fácil apontar o dedo em
riste para o outro.
Como é difícil olhar para o próprio umbigo.
Fazer de conta...
Qual a vantagem que
posso tirar disso ou daquilo e se fodam os outros, o esperto é livrar minha
cara (nem todo mundo é assim...).
Orgulho de ser
brasileiro!
Vivemos em um país
democrático.
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