Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

segunda-feira, 30 de março de 2015

COTIA, CAUCAIA DO ALTO, GRANJA VIANA, TÃO DIFERENTES.


O Distrito de Caucaia do Alto, Cotia, aí entenda como o centro antigo da cidade e a Granja Viana convivem no espaço geográfico da antiga Freguesia de Cotia. O único ponto comum entre eles ou elas é que está ocupação geográfica  na medida em que o tempo foi passando cada uma foi criando uma personalidade própria. Eu sou Granjeiro! Eu sou Cotiano! Eu sou caucaense! Existe um orgulho de pertencer a estes lugares. Defendemos com unhas e dentes.

Os lugares onde nascemos e moramos ou migramos ou migrantes somos têm memórias que guardamos e transformamos em sentimentos. Saudades das Histórias que os antigos moradores contavam. Saudade da casa onde morávamos que não existe, mais. Aquele vizinho que foi embora... Lembranças do Foguete Sputinique e da Vovó Catarina que na casa do administrador da fazenda do senhor Niso Viana, hoje granja Viana, estendia o lençol na frente da casa para que os amigos de Cotia assistissem a um filme da época.

Saudade da Romaria de Caucaia do Alto que para os pioneiros do evento era para rezar! Agradecer e pedir um futuro melhor. Que santa Imaculada cuide de nós já fazia isto quando ainda era Capela e foi construída no final do século XlX. Como éramos íntimos do nosso lugar. Talvez agora falte um pouquinho de intimidade?   
 A Granja é o Portal da Cidade de quem vem de São Paulo. Caucaia do Alto é o portal de quem vem do interior do Estado. Cotia, o centro denso e que ainda esconde casarões Coloniais, já há muito tempo em estado de deterioração. Todos estes lugares são ainda de oportunidades. Cada um do seu jeito.

A uma coisa que une estes três lugares além dos aspectos geográficos e que serve de ponto referencial, mesmo sendo tão diferentes, são suas igrejas. Assim que você chegar a Granja Viana avistará a Igreja de Santo Antonio. Em Caucaia bem la na em baixo avistará a Igreja da Imaculada da Conceição, dali poderá partir para qualquer outro local do Distrito. No centro segundo núcleo de moradores ainda vigiando os quatros pontos da cidade a Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat inaugurada em 1713.


Imaginem estes lugares daqui a dois mil anos e tanto... 

quinta-feira, 26 de março de 2015

CHATO DE GALOCHA


Quem não conhece alguém chato? Obsessivamente chato! Espere um pouco antes de classificar alguém. Antes, responda a esta pergunta: você tem algum tipo de comportamento em você que considera chato? Penso que não estamos livres de ter algum tipo de chatice. Às vezes tão chato que não nos aguentamos.  Agora, chato mesmo é aquele sem noção, que não lhe vê há muito tempo e diz sem nenhum pudor:nossa você está tão velho(a)! Nossa como você engordou! É tão sem noção que insiste em ser desagradável com assuntos tão delicados a nós. Risos!

E aquele chato que sempre precisa se autoafirmar. Quando você está expondo um pensamento, ou fato acontecido, ele se mete e diz sem nenhum constrangimento que com ele aconteceu o mesmo, e sai com uma história para dizer que saiu melhor que todo mundo. E aquele chato que, quando alguma coisa não dá certo, ele que tem aquela frase pronta: eu não disse que não ia dar certo. Chatíssimo esse tipo de comportamento!Sempre quer estar por cima e melhor que os outros. Esse tipo de chato tem uma dificuldade de ouvir o que o outro tem a dizer. Esse tipo de comportamento é de gente egoísta,que acha que tudo tem que estar sob seu domínio.

Esse chato egoísta tem um discurso,sempre no coletivo: nós estávamos, fomos... usa desse artifício de linguagem para esconder o quanto é egocentrista. Chato mesmo é aquele repetitivo. Fala uma coisa um monte de vezes e não percebe. E ainda pergunta:você entendeu? E repete tudo de novo. Na verdade, o chato de galocha tem autoestima muito baixa. Tem complexo de rejeição. Talvez uma forma de lidar com suas questões emocionais é acentuando suas chatices.


Que chato!

A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO ANDAM EM SENTIDO CONTRÁRIO


Conta-se uma história entre os professores que um homem ficou congelado durante duzentos anos e, ao voltar à vida, quis passear para ver as transformações que o mundo passara depois de tanto tempo. Ficou entusiasmado com os avanços tecnológicos e vibrava a cada mudança que lhe apresentavam. Saudoso, o tal homem quis visitar uma escola. Entrou em uma escola conversou com alunos e professores e entredentes fez um comentário com um acompanhante ao lado: aqui me sinto em casa, nada mudou.

Esse sentimento de atraso é verdadeiro. Sempre quando aparece alguma novidade tecnológica e os alunos levam para dentro da escola, a primeira reação é proibi-la. A reação é, em alguns casos,excomungados alunos. Lembram-se do bip? Era um aparelhinho em que você recebia uma mensagem que era acionada por um telefone. Com um insistente barulho com som de Bip! Bip! Bip! Era um aparelho pequeno e feio que muita gente mostrava junto à cintura como forma de ascensão social. Grande bobagem! O bip foi proibido. Não seria melhor, nas reuniões cansativas para proibir o bip na escola, discutir-se como inseri-lo pedagogicamente no contexto escolar?

Em meados da década de 90, aqui no Estado de São Paulo, o Governo enfiou computadores em quase todas as escolas públicas. O projeto megalomaníaco sem qualquer vínculo pedagógico e, em muitos casos, os computadores viraram sucata. O objetivo do projeto era popularizar os computadores e seus programas. A máquina não acrescentava nada ao aprendizado dos alunos. Mesmo com o fracasso do projeto, alguns grupos alardeavam que aquelas máquinas iam substituir o professor. Esse era o objetivo do governo. Absurdo! 

Não tenho dúvida de que o novo provoca ansiedade e medo. Precisamos lidar com a ansiedade e o medo com inteligência e planejamento. Até quando as escolas públicas com maiores potenciais financeiros do que os particulares vão ficar sem informatização? Porque não realizar um projeto que se aplique paulatinamente, com programas associados ao currículo escolar com cuidado no trato ao professor? Sem sobrecarregar o professor que não é técnico em computação e sim professor. Pensar um projeto assim dessa dimensão, há que se entender que cada um tem sua função. Parece que os projetos que aparecem nascem para não dar certo. Fadados ao fracasso.

Falta vontade política. Um ingrediente para acontecer um projeto como esse tem que ter vontade política. Esse projeto não pode nascer para atender interesses eleitoreiros,ou para desvio de verba. A escola pública não pode continuar estranha ao resto da sociedade e o pior: estranha aos seus próprios alunos.

Obs.: outro absurdo é escola sem biblioteca. Esse tema merece outro texto. 

terça-feira, 24 de março de 2015

MEMÓRIA

'Largo da Matriz de N. S. do Monte Serrat. Década de 20-Cotia
Foto: Acervo Mário Luiz Savioli

segunda-feira, 23 de março de 2015

MEMÓRIA.

Posto de gasolina de Cotia propriedade de Guido Féchio. Segunda metade do século XX. 
Foto: Acervo de Mário Luiz Savioli.

domingo, 22 de março de 2015

MEMÓRIA.

Largo da Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat. Década de 20. 
Foto: Acervo Mario Luiz Savioli. -Cotia.

sexta-feira, 20 de março de 2015

MEMÓRIA.

Grupo de jovens em frente ao prédio do Cine Aparecida. A rua Senador Feijó ainda não está pavimentada. Data provável 1948. 
Foto acervo Mário Luiz Savioli.


quinta-feira, 19 de março de 2015

MEMÓRIA

Obras de implantação da rede de água no centro de antes da passagem da pavimentação por paralelepípedos dos da Rodovia Raposo Tavares pela rua Senador Feijó em 1948.
Foto: acervo Mario Savioli.

   

MEMÓRIA

Rua Baptista Cepellos no início da primeira metade do século XX.
Arquivo de José Benedito do Carmo Miguel.
Livro: A Cidade e a Estrada - As Transformações Urbanas Do Município´De Cotia Ao Longo Da Rodovia Raposo Tavares. EDICON.  



terça-feira, 17 de março de 2015

A CLASSE MÉDIA VAI AS RUAS: CONTRA A CORRUPÇÃO


Parece que existe um preconceito dissimulado contra a classe média. Talvez por ela sempre oscilar na estratificação social. Ora para baixo! Ora para cima! Sempre tentando se manter na linha tênue dos planos econômicos. Deve ser terrível viver nessa instabilidade,emocionalmente à procura de uma identidade. To be, or not to be, that is the question”(Ser ou não ser, eis a questão).

A classe média desprezada pelos operários organizados e rejeitada pelos ricos resistentes no topo da pirâmide social. Acusada injustamente de ser americanizada. Acusada injustamente de ser conservadora. Acusada de ser golpista. Quando ela reage à corrupção que assola o País são hostilizados. Independente de quem está no poder, o descaso com a coisa pública tem sido motivo de vergonha à nação.

Não tem uma sigla partidária que está aí no cenário político que escapa ao imbróglio estabelecido. Acertos escusos que enchem a administração pública de gente despreparada pelo cargo que exerce. Um descuido nunca visto com a educação, com a saúde e a segurança. Um escândalo atrás do outro, mesmo na época dos militares. A classe média quer ser respeitada. Como dizem: também pagam impostos!

De toda essa organização ordeira que levou milhões de brasileiros às ruas,há que decantar os sedimentos ruins. Como Impeachment! A volta do militares! Ações de homofobias. E outros tipos de preconceitos,intoleráveis nos dias de hoje. Agora, uma coisa é certa: é preciso um basta ao desmando.
O recado foi dado para aqueles que estão no poder. A oposição vestida de lobo em pele de cordeiro também deve prestar atenção ao recado dado.

A classe média vai ao paraíso de verde amarelo... Milhões! Há que ouvir e prestar atenção ao movimento. 

LEI DO SILENCIO!


A Lei do Silencio tem provocado discussões calorosas e importantes sobre a ocupação e uso do espaço público e privado. Ora, aqui, público e privado se confundem, onde começa um e termina o outro? Talvez tarefa difícil seja separá-los e dar uma identidade para cada um, mas não impossível. Quando encontramos todo tipo de lixo jogado pelos quatro cantos da cidade entulhando as calçadas parece existir uma confusão imensa entre o privado e público.
Parece que tudo se pode no espaço público...

Talvez falte uma política pública de conservação e preservação do espaço que habitamos. Vivemos! Salve-se quem puder?Uma grande verdade! Não se importando que a calçada seja de uso coletivo. O importante é me livrar do lixo que me incomoda sem me importar com o outro. O cidadão, ao agir assim, não sabe muito bem o que é público e o que é privado. Aí que entra o Estado como gestor, considerando todas as diversidades.

Uma Lei que pretende coibir o barulho não pode ser excludente. Ela tem que atender todos os segmentos da sociedade. Ela não pode ser só contra os bailes funk que cercam ruas e atravessam a noite com as caixas de som estonteantes (normalmente produz música de mau gosto). Espaço muitas vezes para vender bebida alcoólica e para o tráfico de drogas. Há exceções!Também existem bailes funkque não estão dentro desse padrão de criminalidade e é expressão de um movimento cultural.Expressão de um jeito da periferia que é esquecida pelas políticas públicas.

Um aspecto importante dessa Lei do Silencio é ver o legislativo legislando. Discutindo e promovendo um debate com a sociedade. Há que cuidar que essa lei não seja mais uma a não ser cumprida. Há que levantar os lugares que se promove a antilei do silêncio (logística). Não é difícil e só andar por alguns bairros da cidade, no final de semana, e se verá. Verá uma confusão entre o privado e o público. Parece que a coisa funciona assim: aqui no espaço da minha casa: quem manda sou eu, características claras do consumismo, do individualismo e do egocentrismo. Não se importando com quem está ao lado.
A Lei do Silêncio tem que abordar todos os sons que incomodam. Não pode ser seletiva. Talvez, essa Lei ajude a definir ou a separar o que é público e privado. Tarefa difícil! Um bom começo.

Não podemos esquecer que a Lei do Silêncio tem que ter o Poder Público como exemplo. 

QUANDO O CORPO PEDE LIMITE


Conversando com um amigo de longa data, ele demonstrou estar com dificuldades imensas de aceitar o limite que a idade lhe impõe. Está inconformado porque não pode fazer as coisas que fazia quando ainda era fisicamente jovem. Esse companheiro de longa data enfrenta uma dificuldade de encarar o tempo. Está tomado pela tristeza e a irritação. Está insuportável consigo mesmo, imagina com os outros. 

Aceitou conversar comigo sobre esse assunto por achar que sou o único da amizade antiga que poderia entendê-lo. Que poderia ouvi-lo. Está tomando remédio pesado para combater uma depressão profunda. Não se conforma que suas ações cognitivas estão tinindo e as mãos não obedecem ao seu comando. Não deve ser fácil mesmo determinar um comando e o corpo não obedecer. Até então estava funcionando tudo dentro da normalidade entre o corpo e a inteligência, realmente é difícil aceitar nossas limitações com o passar do tempo.

A conversa começou com lagrimas e lamentações de que ele tinha envelhecido,é a vida que estava uma droga. A vida estava uma porcaria. Uma lembrança ali, outra aqui, e o sorriso voltou e os pensamentos estavam tinindo de boas recordações. Lembra quando jogávamos peladas e fazíamos aquelas jogadas e o raciocínio tinha que ser rápido. A reação do corpo era imediata. “Lembra da Neuzinha, que garota linda”. Tivemos um entrevero. A conversa estendeu noite afora. Lembrou de quase todos e todas com detalhes. Lembranças que brotavam com alegria e, ao se lembrar do tempo que passou,as lágrimas corriam pelo canto dos olhos.

“Outro dia, ao subir uma escada calculei o passo errado e caí como uma abóbora madura. Esfolei toda a perna e o rosto. Os filhos preocupados anunciavam que estava precisando de uma guardadora. Fiquei furioso! Disse rispidamente que não aceitaria ninguém cuidando de mim e entrando na minha privacidade. Em respeito, eles se calaram”. A companheira de anos de convivência percebeu que não conseguia cuidar de mim, também tem suas limitações. Como uma guerreira, uma amazona, não desiste do cuidado que sempre teve. Mesmo com dores na coluna. Como está difícil assumir que o tempo passou e com ele chegam as limitações do corpo.


“É difícil entender que continuo escrevendo, lendo produzindo um rico material para o jornalismo, mas seguro um copo de água com muita dificuldade. Parece que a extensão dos braços está mais curta que os pensamentos. Meu amigo como foi bom você me ouvir sem opinar sem seus valores sobre o tema. Estava precisando apenas falar a alguém que pudesse ouvir”. Saiu da nossa conversa aliviado e entendendo melhor o que está acontecendo. 

MEMÓRIA


Rua Senador Feijó, primeira metade do século XX, primeiro posto de gasolina da região
Livro: A cidade e a Estrada As Transformações Urbanas Do Município De Conta Ao longo Da Rodovia  Raposo Tavares - EDICON Mario Luiz Savioli 
Arquivo de José Benedito do Carmo Miguel.