Conta-se
uma história entre os professores que um homem ficou congelado durante duzentos
anos e, ao voltar à vida, quis passear para ver as transformações que o mundo passara depois
de tanto tempo. Ficou entusiasmado com os avanços tecnológicos e vibrava a cada
mudança que lhe apresentavam. Saudoso, o tal homem quis visitar uma escola. Entrou
em uma escola conversou com alunos e professores e entredentes fez um comentário
com um acompanhante ao lado: aqui me sinto em casa, nada mudou.
Esse
sentimento de atraso é verdadeiro. Sempre quando aparece alguma novidade
tecnológica e os alunos levam para dentro da escola, a
primeira reação é proibi-la. A reação é, em alguns casos,excomungados alunos. Lembram-se
do bip? Era um aparelhinho em que você recebia uma mensagem que era acionada
por um telefone. Com um insistente barulho com som de Bip! Bip! Bip! Era
um aparelho pequeno e feio que muita gente mostrava junto à cintura como forma
de ascensão social. Grande bobagem! O bip foi proibido. Não seria melhor, nas
reuniões cansativas para proibir o bip na escola, discutir-se como inseri-lo
pedagogicamente no contexto escolar?
Em
meados da década de 90, aqui no Estado de São Paulo, o Governo enfiou
computadores em quase todas as escolas públicas. O projeto megalomaníaco sem
qualquer vínculo pedagógico e, em muitos casos, os computadores viraram sucata.
O objetivo do projeto era popularizar os computadores e seus programas. A
máquina não acrescentava nada ao aprendizado dos alunos. Mesmo com o fracasso
do projeto, alguns grupos alardeavam que aquelas máquinas iam substituir o
professor. Esse era o objetivo do governo. Absurdo!
Não
tenho dúvida de que o novo provoca ansiedade e medo. Precisamos lidar com a ansiedade
e o medo com inteligência e planejamento. Até quando as escolas públicas com
maiores potenciais financeiros do que os particulares vão ficar sem
informatização? Porque não realizar um projeto que se aplique paulatinamente,
com programas associados ao currículo escolar com cuidado no trato ao professor?
Sem sobrecarregar o professor que não é técnico em computação e sim professor.
Pensar um projeto assim dessa dimensão, há que se entender que cada um tem sua
função. Parece que os projetos que aparecem nascem para não dar certo. Fadados
ao fracasso.
Falta
vontade política. Um ingrediente para acontecer um projeto como esse tem que
ter vontade política. Esse projeto não pode nascer para atender interesses
eleitoreiros,ou para desvio de verba. A escola pública não pode continuar
estranha ao resto da sociedade e o pior: estranha aos seus próprios alunos.
Obs.:
outro absurdo é escola sem biblioteca. Esse tema merece outro texto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário