Discutir a devolução do Cemucam para a prefeitura de Cotia
dentro de uma ótica do contra ou do á favor, do bem e do mal é reduzir a
importância deste espaço com um bioma extraordinário, apenas no âmbito da
política, é muito perigoso. É dizer assim: que outro grupo que esteja à frente
da prefeitura vai administrar melhor o parque? Será? Qual a garantia? Ambos os
partidos no poder hoje, na cidade São Paulo e no Estado, poderiam ter feitos
algo pelo Cemucam e nunca o fizeram. Inclusive, investir no campo da pesquisa e
na modernização do Viveiro Harry Blossfeld.
O que existe pelo que li em relação a doação do parque para o
município de Cotia é apenas uma intenção, não acredito que isto aconteça tão
cedo. Talvez nem aconteça! Já houve está conversa outras vezes, que sempre cai
no esquecimento. Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo,
gasta se com o parque, Hum milhão e oitocentos mil Reais por ano. Com que é
gasto este dinheiro? Esta quantia é
suficiente para manter o funcionamento com eficiência do Cemucam? O valor é
suficiente ou não? Se acontecer a doação do parque para o município de Cotia a
cidade teria condições de manter este valor e ampliar o investimento que
este espaço precisa? Que tal pensamos em
uma terceira via para o Cemucam?
O parque do Cemucam, não pode continuar vivendo nesta
ambiguidade. Ambiguidade, que a cada dia a cada ano e a cada governo,
contribui para o deterioramento do
espaço do parque, daquilo que existe. E também não pode ocorrer uma demonização
da doação, apenas com suposições. O parque deve ver visto como um Patrimônio da
humanidade, e assim, ampliar a discussão de como utiliza-lo melhor, para
pesquisa, educação ambiental e como inserir práticas pedagógicas neste espaço
para seu uso. Precisamos trazer o povão para dentro do parque! Principalmente,
povão da região oeste da grande São Paulo. Ora, qualquer revista de cultura e
lazer que circula na grande São Paulo, apresenta centenas de atividades nos
parques da cidade e da grande São Paulo. Quais os motivos que deixam o Cemucam
de fora destas atividades culturais? A terceira via é transformar o parque em
um espaço eficiente para o povão tão carente de cultura.
A preocupação e o medo que a especulação imobiliária transforme o Cemucam em um grande loteamento
luxuoso, é antiga. E pode acontecer! Em
meados da década de 80, durante o Governo do prefeito Janio Quadro, houve uma
conversa e uma tentativa de transformar o Cemucam em um empreendimento
imobiliário de luxo, um pequeno grupo de ativitas ambientais e algumas ONGS
fecharam a Rodovia Raposo Tavares, chamando a atenção da imprensa e defensores
do meio ambiente na época. A tentativa
foi abortada. Sejamos imparciais, está
possibilidade de desaparecimento do parque pode ser tanto com a prefeitura de
Cotia como dá prefeitura de São Paulo. Portanto, fazer do parque um espaço com
projetos e eventos culturais é importante, inibe a ganância imobiliária. E
amplia seus defensores na sociedade.
A argumentação na época para um possível loteamento do
parque, era de que ele seria um peso para a prefeitura de São Paulo,
e não tinha quase nenhuma utilidade cultural e social. A salvação do Cemucam, é um projeto de uso do espaço eficiente. Poderíamos
começar a utilizar o que já existe no parque? E aproveitar ativicades que
existem nas secretarias de esporte e cultura. E não podemos perder de vista que
a mobilização popular é fundamental para manter o cemucam intacto.
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