Roque Giannetti chegou em Cotia no ano 1938 e ganhou de seu pai, aos 16
anos, uma barbearia na cidade, onde exerceu seu oficio.
O Sr. Roque, hoje com 75 anos, e como gosta de ressaltar, 75 incluindo os nove
meses que ficou na barriga de sua mãe, lembra dos sessenta anos, que mora na
cidade, com um bocado de saudade.
Entre tantas histórias uma chama a atenção:
conta ele que um belo dia, lá pelos idos de
40, precisava ir a São Paulo para fazer compras para a sua barbearia,
mas foi avisado por seu Vermelino, outro antigo morador da cidade, que naquele
dia ia chover muito. Desconfiou do conselho e foi para a Capital, pois o céu
estava azul, o sol brilhava e nada indicava que pudesse chover. Ao chegar
próximo do atual Rancho da Pamonha, o tempo fechou e desabou o maior temporal
do mundo. O ônibus encalhou e o Sr. Roque chegou a São Paulo coberto de lama.
No final da tarde, chegando a Cotia, quem o estava esperando? O Sr. Vermelino,
de maneira mais irônica possível, disse: - Não falei que ia chover?
O Sr. Roque,
todo tímido, perguntou: - Mas, como o senhor sabia?
Vermelino,
então, perguntou a Roque se ele estava vendo o galo em cima da torre da Igreja
da Matriz; ele disse que, quando ele está com o rabo virado para o lado da
praça, significa frio e chuva, quando ele está olhando para a praça, o dia é
bonito.
Quem quiser conferir, o galo ainda está no
mesmo local.
Outra história interessante de Roque Giannetti
é esta: ele teve que enfrentar o delegado de polícia, que na época tinha
praticado algumas arbitrariedades. O delegado chamou várias pessoas para
prestarem esclarecimento sobre um certo caso, nada por escrito, tudo
verbalmente, e acabou com as pessoas que lá foram. O Sr. Roque, como não
compareceu, recebeu uma segunda intimação, agora por escrito. Antes mesmo de o
delegado começar a esculachar, ele, com o seu jeito calmo, acabou com o
delegado.
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