Os
filhos crescem... Como sofremos em saber que eles crescem. Como crescem? Ainda
não inventaram uma máquina que pudesse parar o tempo. Será possível um dia? Parar
o crescimento dos nossos rebentos? Penso que é o desejo de todos os pais.
O
primeiro choro quando vêm ao mundo. Marca o nosso sentido auditivo. Antes, a
gestação. Ficamos grávidos. Ansiosos. Será que vai dar tudo certo. Ah! Sofremos
por antecipação. Sabemos como é difícil o mundo. Caótico! Eles ou elas precisam
crescer? Quando descobrimos que precisamos crescer juntos, muitas vezes, não
aceitamos. É tão complicado crescer com os filhos.
Como
eles crescem! Num primeiro momento, dependência total. Trocar fraldas.
Alimentar. O primeiro sorriso. O olhar. Ensinara andar. Estamos seguros. Temos
o domínio sobre os nossos filhos. Mesmo assim, preocupados com o futuro deles
ou delas,sofremos com a possibilidade de como pode ser este futuro. Não
queremos crescer. Invente logo uma máquina para parar o tempo. O mais rápido
possível!
Independência.
Esse dia chega. Muitas vezes demoramos a perceber os sinais de que ela chegou.
Conflitos! Articulam ideias. Passam a ter gostos por coisas que antes não
tinham. Pensamentos próprios. Tomam decisões que antes não tomavam. Desesperamo-nos.
A pior coisa nesse momento é a culpa.Onde errei? Onde erramos? Às vezes
procuramos um agente externo para justificar as transformações. Tudo isso está
acontecendo por causa daquele amiguinho ou amiguinha que anda...
Vou cortar essa amizade!
Ações
paliativas. Encruamos! Eles continuam crescendo alucinadamente.Antes não era
assim. Vivemos de um passado saudoso. Eles vivem o presente. Sabem mais do que
nós que precisam continuar crescendo,para serem aceitos no seu meio.
Ficamos
intolerantes aos arroubos dos filhos. Instalamos o antidiálogo. Berros.
Xingamentos. Aprendemos rápido demais a apontar os defeitos dos, então,
crescidinhos. Nesse período da vida é quando eles precisam muito de carinho e
de atenção. Quem não gosta de chamar a atenção? Apesar de todo arrebatamento
eles ou elas têm medo. Quem não tem medo de crescer?
Com
o passar do tempo encruamos de certa forma que esquecemos que somos assim. Dialogar.
Ouvir. Dê uma paradinha para ouvir. O som, a voz, já não é como antes. Outra
voz. O comportamento adquirido com os outros é bem diferente do tempo da
chupeta. Como as coisas mudam quando aprendemos a dialogar. Falar e ouvir.
Ouvir e falar. Podemos crescer juntos.
Ainda
não existe nenhuma possibilidade de que alguém invente uma máquina para parar o
tempo (risos).
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