Quem
tem medo das manifestações de rua que há quase um ano trazem todo tipo de
reivindicações? Reivindicações as mais diversas! Só quem não percebeu que
vivemos em um país democrático tem medo de gente na rua correndo atrás dos seus
direitos. Medo do quê? Em uma sociedade capitalista quem determina as relações
é o Capital e o Trabalho: é normal que existam os conflitos de interesses (clichê).
Cada grupo tenta puxar a sardinha para o seu lado.
Num
piscar de olhos o novo é velho. Em todos os sentidos as coisas acontecem muito
aceleradamente. Muito rapidamente... Parece que nos esquecemos do passado muito
rapidamente. Como é confortável viver o presente e incômodo lembrar-se do
passado, tão perto. Olhamos para coisas enxergando a ponta do pé. Precisamos
olhar além dos pés. Quantas vezes opinamos coisas importantes com apenas uma
rápida olhada ao enunciado. Cometemos erros e injustiças, principalmente quando olhamos
para o agora. O que acontece nas ruas hoje é o reflexo de um passado. Na década
de sessenta os conflitos de rua aconteciam quase todos os dias. Manifestações
de rua não caracterizam uma invenção dos que foram para as ruas no ano passado.
As
lutas eram outras. Contra o Imperialismo. Contra o Capitalismo e a favor do Comunismo
(Guerra Fria). Nesse período,pessoas tinham lados bem definidos. O espectro do
Comunismo justificou duas décadas e meia de Ditadura Militar. Tortura.
Atrocidades. Direitos políticos cassados. Nas ruas, as pessoas iam para o
enfrentamento,em busca de liberdade. Atrás dos seus sonhos. Quando quase todas
as portas se fecharam. A Resistência foi na clandestinidade. Agora, recebemos
as manifestações atuais como um corpo estranho.
Nas
décadas de 70 e 80 eram as greves de operário contra padrão. A velha luta de
classes. Muitos reagiram de forma reacionária. Uma forma comum de reação ao que
é estranho é criar frases de efeito. O mundo vai acabar. Os bolivarianos vão
invadir o Brasil. Os arruaceiros, vândalos. Os comunistas comem criancinhas.
Pequemos frases e palavras que são moldadas à nossa compreensão das coisas. Compreensão
que,às vezes, não vão além dos nossos pés. Parece que temos uma necessidade de
viver sempre com medo. As manifestações de rua são justas. Não são contra a
copa e sim contra o caos na saúde, na educação, na segurança etc., etc...
Tem
gente aqui que está preocupado com o que os estrangeiros vão pensar do Brasil Vão
continuar pensando que somos Cucaracha (lembrandoHenfil).
Venham as manifestações com força para mostrarmos que não somos tão obedientes
assim. Estamos insatisfeitos! Queremos que o Brasil mude. Que o Brasil dê lição
de cidadania. Queremos ser melhores na educação. Queremos ser melhores em tudo.
Podemos ser. Para isso acontecer é preciso sair às ruas. Sem violência.
Vai
Garrincha! Vai sem teto! Vai Pelé! Vai morador de rua! Vai Zico! Vai motorista
de ônibus! Vai Romário! Vai empregada domestica! Vai Neymar! A rua é nossa.
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