Este
texto merece começar com as seguintes máximas: Ninguém se lembra do vice. Quem
ficou mesmo em segundo lugar? Quem ficou em terceiro lugar? Alguém ficou em
quarto?Para milhões de brasileiros que gostam de futebol queríamos de verdade
ter colocado a mão na taça. Não conseguimos!No jogo contra a Alemanha perdemos
feio. Ficamos atônitos. Inacreditável! Inexplicável! Essas eram as palavras mais
ditas pelos torcedores para justificar a derrota.
Queremos
mesmo é ficar sempre em primeiro lugar, mas nem sempre é possível.
A
ficha cai...
Ora,
depois de alguns dias que a ficha começa a cair, paramos
para pensar.Pensar? Nenhuma seleção ganha uma Copa do Mundo no grito. Ora,
grito e entusiasmo foram sentimentos que não faltaram... Gritamos com todas as
forças. Todas mesmo! Exaustivamente.
Fomos desonrados
dentro de casa. Será?
Começamos
a perder a Copa quando grupos ligados aos seus interesses políticos e
econômicos passaram todos esses anos metendo a lenha no Brasil. Criaram um
espectro que não éramos capazes de organizar um evento dessa proporção.
As
previsões catastróficas sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil não se
realizaram. O evento foi um sucesso!
Criou-se
uma imagem negativa aqui e lá fora. Uma tentativa amadorística para mostrar uma
insatisfação com o atual governo (que merece crítica). Infelizmente,confundimos
paixão nacional com política (com maldade). Não era hora de misturar alhos com
bugalhos. O tiro saiu pela culatra. Sucesso. Pesquisas mostraram que uma boa
parte dos brasileiros estava orgulhosa com as realizações do evento.
Previsões
babilônicas.
Os
aeroportos vão se transformar em um verdadeiro caos. Os estádios não ficarão
prontos. Vamos passar uma vergonha internacional. A mobilidade até os locais
dos jogos que já são ruins vão piorar ainda mais. Vamos passar vergonha. As
previsões caíram por terra. Os estrangeiros adoraram a organização. Alguns
declararam amor ao Brasil.
Estamos
esquecendo de jogar bola.
Faz
tempo que estamos perdendo a Copa. Falta de planejamento. Corrupção. O mercado
(investidores) cria ídolos em segundos e vendem por muito dinheiro. Cuidar de
jogador virou um bom negócio. Cadê os nossos jogadores? Cadê os clubes? Querer
culpar o Fred pela péssima campanha da seleção é não querer ver que o buraco é
mais embaixo.
Sabíamos
que não chegaríamos à final. Vivemos de ilusão. Fantasiamos. Adoramos heróis.
Que não são tão heróis assim. Jogamos bem só no primeiro tempo contra a
Colômbia. Nos outros jogos contamos com a sorte (trave e erro do árbitro).
Tínhamos que mentir, criar uma bolha ilusória de que poderíamos ser hexa. Talvez,
por isso,gritássemos tanto. Quem grita muito é porque não tem razão.
Como
somos covardes. Queríamos jogar toda responsabilidade de ganhar o título nas
costas do Neymar. Esquecemos que futebol é um jogo coletivo. Assim é fácil. Temos
uma capacidade nacional de transformar heróis em vilões em questão de segundos.
Os garotos do Brasil foram guerreiros. Choraram quando perceberam que não
poderiam chegar lá. Queriam nos presentear com a taça. Não sejamos ingratos.
Gratidão é uma virtude.
Lembram
o que fizemos com Barbosa na década de cinquenta?
PS:
na madrugada de sábado acordei em sobressalto com gente gritando que a
Argentina tinha ganhado a Copa do Mundo no Brasil. Imaginem, aguentamos 64 anos
os uruguaios tirando um sarro com a nossa cara. Não resistiria mais 64 anos Los
Hermanos dizendo que ganharam a Copa no Brasil. O pior é ouvir que Maradona é
melhor que Pelé. Risos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário