O Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e
depois o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e da
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) foram um avanço para a
melhoria do investimento na educação, nas últimas duas décadas. É inegável.
Os dois Fundos inovaram
principalmente na forma de distribuir os recursos para os Estados e Municípios,e determinaram metas
a serem atingidas. Talvez o tempo para atingir essas metas fosse longo demais.
Poderiam ser planejadas com objetivos que fossem impactantes. Com resultados
imediatos.
Uma observação
pertinente, relacionada aos fundos,refere-seàs constantes denúncias de desvios
desse dinheiro do seu destino. Podemos acreditar que os órgãos de controle
existentes dessas verbas não funcionaram com eficiência. Talvez o maior
empecilho de que os resultados pudessem ser melhores na Educação é a cultura do
clientelismo político que assombra principalmente os municípios. Apesar dessas
questões, houve avanços significativos na educação básica e fundamental, mas,pela
dimensão do projeto,os avanços foram muito tímidos.
O Plano Nacional de
Educação, aprovado pelo Congresso, destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB)
para a Educação. Reivindicação antiga. Sem dúvida, positiva. Talvez o grande
problema a se enfrentar seja o emaranhado dos caminhos para essa verba ser
aplicada com competência e vencer o clientelismo político das forças locais
(Legislativo e Poder Executivo). A falta de gestão e os projetos sem metas
claras, objetivos e resultados quase inexistentes nas Secretarias,
principalmente municipais,fazem com que essa verba dilua,não chegue ao seu
lugar de origem que é a escola. Que é a carteira do aluno. Que é a melhoria do
ensino público!
Nenhuma novidade até
então. Precisa existir uma fiscalização competente para que essa verba, agora
maior, melhore os índices da melhoria da qualidade do ensino.A maioria dos
membros dos conselhos ligados à educação é apadrinhada (muitos cabides de
emprego). Dessa forma, o controle da verba da educação fica à mercê de grupos
especializados em desviar verbas públicas do seu destino.
Alguns membros dos conselhos fazem vista grossa às irregularidades e não querem problemas. Muitas vezes a documentação para uma possível investigação é negada. Os conselheiros, às vezes, não conseguem lidar com processos técnicos demais.
A culpa pelo fracasso
da educação não é apenas dos conselhos. Ingenuidade acreditar nessa hipótese.
Falta vontade política. Falta um Plano Nacional para que seja levada a sério a
educação. Talvez seja necessário cortar verbas de quem não atinja as metas,
objetivos e resultados determinados pelo Plano Nacional de Educação. Mexer no
bolso.
Onde a atuação dos representantes da comunidade em conselhos é cuidadosa,os representantes sofrem ameaças. Temos gente corajosa. Em alguns casos, os controles de fiscalização funcionam com eficiência. Os resultados são melhores. Uma observação final:os brasileiros que dependem da escola pública precisam participar efetivamente em sua defesa. Não deixe essa responsabilidade para os outros.
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