Sabe,
uma coisa que precisamos parar e pensar um pouquinho é sobre as datas
comemorativas ou datas que anunciam o início ou o fim de alguma coisa (evento
ou solenidade). Esses eventos podem provocar uma falsa ilusão de que tudo vai
começar de novo. Ilusão! Ora, a vida não é fragmentada desse jeito,com o estalar
de dedos, tudo é novinho (nem sempre). Maravilhoso! Não temos o poder de
compartimentar nossa história de vida e dizer que tudo pode ser esquecido.
Somos uma simbiose do passado, do presente e de sonhos de olho no futuro.
Natal,
Ano-Novo, Dia das Mães e volta às aulas são eventos que estão associados ao
consumo, exibicionismo, aparência e tantos outros adjetivos. Há muito tempo
ausente de um sentimento religioso. Um sentimento de união. É cada um por si.
Como
é difícil comemorar esses eventos como antigamente. Um abraço valia muito, mais
do que um presente. Um livro de presente valia mais que um mundaréu de material
escolar (muitas vezes nem serão usados). Uma conversa tête-à~tête valia muito mais que as redes sociais (nada contra as redes
sociais). Tudo isso mostrei para dizer que estamos vivendo em um mundo de faz de
conta. Em muitos casos atendemos e compramos o material escolar das listas
escolar sem qualquer questionamento. Qual a qualidade de ensino que meus filhos
estão tendo (seja escola pública ou particular)? Esta montanha de material
exigido vai de fato contribuir para a formação do meu filho?
Talvez
inconscientemente queiramos defender nossos filhos da crueldade de quem tem coisas
(objetos). Defender de gente que sobressai pelo que tem não pelo que é. No
Natal o melhor presente! (nem que demore um ano para pagar). Que espírito
natalino o quê! Na volta às aulas uma mochila da moda com uma estampa com o
bichinho do momento (mochilas caríssimas). Cadernos cafonas. Temos que preparar
nossos filhos para competir. Evitar que eles sejam humilhados. Humilhados por
não ter. Como sofremos só de imaginar que nosso pimpolho esteja
passando constrangimento por não ter.
Tem
lista de material que recebemos que é um abuso à inteligência de qualquer pai. Mesmo
assim compramos. Recebi uma carta de uma mãe que foi fazer a rematrícula da
filha e, ao receber a lista material,era pedido apenas o básico. Quase não
acreditou. Ainda salientou a importância da escola na valorização da formação
da sua filha. Tratou-a como gente. Coisa rara na pedagogia das escolas hoje,
particular ou não. O melhor celular! O melhor caderno! A melhor roupa! A melhor
mochila! E o conhecimento onde fica?
Nada
contra a existência de lista de material.
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