Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

sábado, 30 de maio de 2015

COM A CHEGADA DO FRIO CADÊ O ALTRUÍSMO?


Com a chegada do frio (inverno),lembramo-nos dos sabores alimentares que o tempo proporciona:fondue, queijos e vinhos!Sopas saborosas e tantas outras comidas que aquecem.

Uma amiga diz alegremente que, no inverno, se sente bonita com as roupas que usa para se aquecer. Segundo ela, a opção por usar roupas diferentes aumenta com o inverno. Não discordo em relação às roupas, mas prefiro que o clima não fique nem muito frio e nem muito quente. Nem tudo é do jeito que a gente deseja. Nossas vontades e coisinhas habituais que aquecem nosso ego deveriam ser trocados por ações de solidariedade nesse período de frio.Que tal? Não seria uma boa?

O altruísmo é um sentimento que pode ser despertado.

Outro dia assisti, em um programa de televisão,uma jovem “boa pinta” que criativamente montou uma estrutura para arrecadar roupas de frio para socorrer moradores de rua. Envolveu amigos e a ação foi um sucesso. Inclusive, também usou as redes sociais. Ora, as redes sociais, além de exibirem nosso cotidiano,podem servir para ações altruístas. Que bacana, né! Estenda suas mãos a alguém que está precisando ser aquecido.

Iniciativa assim enaltece o espírito.
Aqui, onde moro, um grupo de jovens sai à noite nessa época de frio elevado para distribuir sopa quentinha aos moradores de rua. Segundo um amigo que participa desse movimento, o objetivo é aquecer o corpo e o espírito. Será que ações desse tipo também trabalham o preconceito que alimentamos contra gente que mora na rua? Trabalha com o preconceito que temos contra a pobreza? 

Como diz uma amiga: um prato de sopa aproxima as pessoas. 


Não é só quem mora na rua que passa frio. No mundo real, muitas famílias passam frio e fome. As campanhas institucionais já começaram em diversos lugares e você pode encontrar uma caixa para depositar uma roupa para aquecer alguém. Faça um gesto legal.Pode procurar aí perto do lugar onde você mora sempre encontrará alguém arrecadando uma peça de roupa para aquecer. Além de uma pessoa, pode ter uma igreja ou uma ONG. Lugar não falta para ser solidário nesse inverno.

Tem muita gente esperando. 

O MEU FILHO É DIFICIL DE LIDAR


Conversando com amigos e amigas sobre o comportamento dos filhos, há tempos que alguns pais têm demonstrado preocupação com a agressividade que os filhos têm apresentado. Normalmente os pais são tomados de um grande susto quando começam a receber reclamações da escola e, em alguns casos, até expulsão por algo que seu filho tenha feito que fuja às regras do convívio social. Talvez erramos em criar um muro de lamentações: faço tudo para ele ou para ela. Quando criança não tinha nada do que proporciono para eles. A minha vida não foi tão fácil. Preencheríamos várias folhas com diversas lamentações.

Lamentar não adianta muito.

Será que não falta perguntar a si mesmo onde erramos e acertamos na educação dos filhos? Seria um bom começo para aliviar a culpa e a angústia.

Sofremos pelos filhos.

Você pode pensar que estamos falando de adolescentes: uma idade onde impera a rebeldia (nem sempre!). Não! Estamos falando de crianças com seis, sete e oito anos em diante. Em alguns casos, antes dos seis anos tornam-se agressivas.Crianças dóceis que se transformam diante dos olhos dos pais. Muitos pais revelam que não conhecem mais seus filhos. O rosto desses pais, quando relatam suas histórias com seus filhos, expressa preocupação e angústia. Desespero! O que fazer? Como seria bom existir uma receita de como educador os filhos. É bom salientar que nem as receitas às vezes são certas. Às vezes, o bolo sola. Ora, às vezes o tempero também desanda.

Nem um filho é igual ao outro (nem os dedos das mãos são iguais).

Alguns pais se desesperam quando esse comportamento de agressividade e de rebeldia aparece na escola. Em muitos casos as reclamações se acumulam até ocorrer a expulsão. A escola que expulsa merece um ponto de interrogação em relação à sua eficiência. Talvez um caminho possível também seja observar como andam as coisas dentro da família. Como estão? Alguns pais têm optado pelo tratamento psiquiátrico acompanhado de medicamento. Quanto à escola, alguns insistem em tratar os alunos como se fossem todos iguais. E aqueles que diferem das normas pedagógicas determinadas são expulsos. São estigmatizados.

Burros, esquecidos em um canto pela escola e pelos amigos. Agressivo, futuro delinquente. E assim vai...

Posso estar errado, mas não vejo esse comportamento diferente de alguns filhos como questão social. Essa dificuldade de lidar com os filhos acontece em todas as classes sociais e os pais são pegos de surpresa. São pegos no contrapé. Pobres ou ricos. O que fazer? Talvez uma ação eficiente seja dialogar com todos envolvidos nesse relacionamento. Ninguém pode ficar de fora desse contexto. Ninguém pode apontar o dedo e achar que está livre de crítica. Tem que ser uma avaliação honesta.

Nesse difícil crescimento do seu filho não o deixe sozinho. 

sábado, 23 de maio de 2015

TOQUE DE RECOLHER - SEMPRE UM PONTO DE INTERROGAÇÃO


Quando somos informados que tal dia tal hora haverá toque de recolher, a primeira sensação é de medo. A segunda sensação é de que será verdade ou mentira? Frente à dúvida, é melhor recolher. Ficar em casa. Esvaziar as ruas.Silenciar-se!Na verdade, estamos sendo vítimas da nossa própria língua. Fofoca! Acreditamos nos boatos sem nenhum questionamento. Repetimos os boatos incansavelmente e, muitas vezes, acrescentando detalhes para apimentar ainda mais a notícia. Parece que insinuações e mistérios em torno do toque de recolher criam um cenário eminente de medo.

Vivemos com muito medo.

Normalmente a notícia de que existirá toque de recolher vem acompanhada de um crime.Os boatos
vêm de vários lugares e repetimos incessantemente. Os repetidores até criam histórias e inventam outras para espalhar o pânico. Foi o traficante do bairro que deu a ordem. Foi o chefe do crime da região. A ordem do toque de recolher veio de dentro da cadeia. E a justificativa é quase sempre de que alguém do crime foi assassinado pela polícia. Será verdade? Quem realmente está por trás desses boatos que fecham o comércio? As mães vão à escola do bairro buscar seus filhos apavorados.

Sensação que estamos desprotegidos.

Ônibus são incendiados. O Governo justifica esse dia de pânico de forma burocrática. Está tudo sob controle. Não existia nenhuma instituição criminosa organizada. Temos o controle! Quem realmente está por trás desses boatos? Quem? A quem interessa destruir ônibus? A quem interessa fechar zonas inteiras de comércio? As explicações não convencem. E cada dia aumentam ostoquesde recolher pela cidade.

Quem está mentindo?

No México, nos Estados pobres, as milícias comunitárias formadas por moradores combatem o crime no lugar do Estado. O Estado não existe nesses lugares no México. Aqui é outra situação, mas existe um ponto comum entre nós e eles - ausência de políticas públicas. O que tem piorado aqui também é a distância dos políticos dos interesses coletivos da população. Afinal, quem está por trás do toque de recolher eque tem espalhado tanto medo?


Indignação. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

OBSERVAÇÕES SOBRE CORREGO DA VOLTA: ITAREMA, CEARÁ


Minha querida Professora Andréia Carneiro,

há tempo que me preparo para escrever esta carta e,num piscar de olhos,sou vencido por outros afazeres. Guardo boas lembranças dos dias que passamos por aí. Sabe como a vida é corrida, né? Corrida demais! Como andam as pessoas que temos apreço e carinho que moram no Córrego da Volta? Espero que estejam todos bem e com saúde. Gente alegre e receptiva que nos recebeu de um jeito que nos deixou à vontade.

Gente boa demais...

Andréia, que passeio maravilhoso que vocês nos proporcionaram quando fomos ao Porto do Barco, em Itarema. Depois que cheguei aqui em casa fiquei pensando com cabeça de professor(risos) esse lugar tão lindo daria para realizar uma pesquisa e tanto com os alunos. O que você acha?Como surgiu esse Porto? Os moradores antigos como o sr. José Rubens e outros que residem aí poderiam enriquecer a pesquisa com histórias e informações do local. Como é a vida dos pescadores? A vida das mulheres dos pescadores do Porto do Barco?Muitas perguntas e respostas.

Tem um universo de coisas a serem pesquisadas nesse lindo lugar.

Naquele sábado que chegamos ao Porto do Barco observei um caminhão carregado de atum e um japonês classificando-os. Como eles fazem no Japão. Não resisti e perguntei se era recente a pesca de atum na cidade e que,das outras vezes que estive ali, tinha visto uma variedade de peixes menos o atum. Logo um pescador disse que a exploração desse peixe era recente e não era uma pescaria comum por ser de profundidade,e que os japoneses eram especialistas nesse tipo de pesca.

Andréia, que material de pesquisa sairia daí? As crianças adorariam estudar a cultura japonesa e comparar com a vida que levam, aí na Volta Córrego. Imaginou! O que essa nova cultura de pesca do atum trouxe de mudanças para a vida dos moradores do Porto e de Itarema? Seria muito bacana.

Tem assunto que não acaba mais!

Recebemos a notícia do falecimento do tio Manoel com tristeza. Parece que nos últimos tempos os antigos moradores da Volta estão nos deixando. Andréia, um jeito de eles não serem esquecidos é transformá-los em objeto de pesquisa. É Andréia, estudá-los! Que tal? Origem da Volta! Na casa do tio Manoel aquela Casa de Farinha que, com certeza, tem muita história para ser registrada. Seria interessante fotografá-la.  

Outra sugestão seria construir com os alunos,a partir de depoimentos dos antigos moradores, um banco de memória. Como ia ficar bacana Andréia!

Andréia, vou parar por aqui e voltamos a conversar. A Germana manda um abraço e estamos com saudade. Já ia me esquecendo de mandar um abraço ao Professor Ronério.

Até mais

domingo, 10 de maio de 2015

DIAS DAS MÃES



Todos os dias é dia de mãe, mas hoje é um dia que ficou marcado para homenagear as mães. É, também, como se fosse um dia para contemplá-las e dizer o quando as amamos. Diga-me quem não fica contente ao ouvir que é amado ou amada? Poxa, todos nós gostamos de ouvir: amo-te! Não importa que seja ridículo.

Tratando-se de mãe, não existe nenhum comportamento que seja ridículo...

Não deixe de fazer hoje os gostos e os caprichos de sua mãe, como ela fazia pra você. Bom,encurtando a conversa, faça aquela comida que ela gosta de apreciar e a presenteie com algo que ela gostaria de ganhar. Caso você não possa fazer nada disso, dê um abraço, se estiver longe, ligue. 

Não existe desculpa para não fazer algo neste Dia das Mães. Não se esqueça que mãe sempre está ligada aos seus rebentos através do pensamento. Sempre ligada!

No caso de sua mãe já ter se transformado em uma estrelinha, busque os momentos de convívio na sua memória. Resgatará boas lembranças.

UM BOM DOMINGO

quinta-feira, 7 de maio de 2015

COISAS QUE JÁ PASSARAM E DEIXARAM SAUDADES


Parece que quando a idade vai passando bate uma saudade da infância e da juventude. Até sentimos saudade do que se passou ontem. Quase tudo se transforma tão rápido que chega a ser imperceptível. É isso mesmo, imperceptível! Tem comportamento que chega tão acelerado que logo vai embora sem deixar lembrança,sem deixar saudade. Parece que antes tínhamos mais tempo para a maduração das coisas que aconteciam. Vejo essa coisa da rapidez, aqui em casa, com minha filha de oito anos.

Como canta Arnaldo Antunes: “Tudo ao mesmo tempo”.

Ganhamos algo que é da nossa vontade e logo já esticamos os olhos para o próximo desejo de consumo. Nem conhecemos e curtimos o que ganhamos. Freneticamente! É bem diferente de quando ganhamos um presente e abrimos o pacote bem devagar e passamos um bom tempo olhando como não acreditando que aquilo é verdade. Curtindo e apreciando o presente, criando uma relação de afetividade. É como se aquele objeto começasse a fazer parte da nossa história. Parece que o que vale é a quantidade e não a qualidade. Parece que a quantidade lhe dá a devida condição de ter e não ser.

Ser, pouco importa.

Quando a condição é ter,nos coloca em uma posição de superioridade em relação aos outros, mesmo que seja ilusão. Na escola, o melhor caderno, mesmo não o usando devidamente. Compramos freneticamente para nossos filhos para não deixá-los em desigualdade com os outros. Agora é a Monster High e num piscar de olhos os acessórios que as meninas e meninos do Funk Ostentação usam. Tão lindinhos!Depois do piscar de olhos, outra nova moda passa com a velocidade de um cometa. Passageira!

Vapt–vupt...

Longe de qualquer saudosismo babaca e rançoso,necessitamos dar uma freada nesse consumo que chega à beira da loucura. Sentir saudade! Saudade da bolinha de gude, do esconde-esconde,do salva-pega e do jogo de raquete, entre tantas outras brincadeiras. 

Consumo não é pecado! Difícil é criar uma relação de afetividade com os objetos que nos permeiam. Que tal sentar com a família para uma refeição, pelo menos uma vez no dia,e desligarmos a televisão ou qualquer outra forma de mídia?


Que saudade!

domingo, 3 de maio de 2015

SERÁ QUE REALMENTE QUEREMOS MUDANÇA NA EDUCAÇÃO?


Preste bem atenção como o tema Educação é prioridade em qualquer discussão, até mesmo em conversas de botequim!É como se ela pudesse salvar o mundo da profunda ignorância que estamos enfiados até o pescoço. Se realmente fôssemos tão preocupados com a educação, organizaríamos uma marcha a seu favor. Sairíamos às ruas como fizemos ultimamente e criaríamos frases de efeito imediato para chamar a atenção. Salvo engano, a educação é só prioridade da boca pra fora.

Para o governo já se sabe que educação não é prioridade.

Em vários Estados,os professores fazem paralisações e tentam,há décadas, dizer que cada dia a coisa está pior na educação. Melancolicamente os professores estão sozinhos. Sozinhos há muito tempo. Como ajudaria se milhões de brasileiros, vestidos de verde e amarelo, ocupassem as ruas e exigissem educação de qualidade. Penso que as coisas mudariam de verdade. Ao assistirmos as últimas manifestações com pedidos de Impedimento e à volta dos militares ao poder parece que realmente estamos ruins em termos de educação. Ruins em termos de conhecimentos históricos. Ruins na qualidade do que se ensina. 

Não conseguimos sair das lamentações.

Não perdemos a mania de olhar para outros países, onde o índice de educação é quase excelente, e comparar com o nosso que é muito ruim. Críticas muitas vezes descabidas e sem qualquer conhecimento, repetimos máximas que não contribuem em nada para uma educação de qualidade, ou qualquer tipo de mudança. Neste momento, precisamos deixar de olhar para o outro e olhar para o próprio umbigo. No que posso ajudar? Talvez fiscalizar? Acompanhar como andam os estudos do filho?

Hoje mais de 95% das nossas crianças estão em salas de aula. Talvez falte perguntar sobre a qualidade do que se está aprendendo nessas escolas.

Apenas lamentos.

Naqueles países tudo funciona porque eles sempre valorizaram a educação. “As coisas estão deste jeito porque somos um povo sem educação.” Até frases proféticas e de efeito produzimos: “O dia que neste País a educação funcionar será o melhor lugar do mundo.Seremos o primeiro!”. Se assim quisermos continuar comentando teremos material de sobra. Talvez o que aconteçaconosco é que vivemos muito mais no mundo da opinião do que da prática. Para uma educação como carro-chefe da nação é preciso que haja envolvimento de todos e não só do Estado, como queremos.


Mudar, de fato, e participar dá muito trabalho.