Preste bem atenção como o tema
Educação é prioridade em qualquer discussão, até mesmo em conversas de
botequim!É como se ela pudesse salvar o mundo da profunda ignorância que
estamos enfiados até o pescoço. Se realmente fôssemos tão preocupados com a
educação, organizaríamos uma marcha a seu favor. Sairíamos às ruas como fizemos
ultimamente e criaríamos frases de efeito imediato para chamar a atenção. Salvo
engano, a educação é só prioridade da boca pra fora.
Para o governo já se sabe que
educação não é prioridade.
Em vários Estados,os professores
fazem paralisações e tentam,há décadas, dizer que cada dia a coisa está pior na
educação. Melancolicamente os professores estão sozinhos. Sozinhos há muito
tempo. Como ajudaria se milhões de brasileiros, vestidos de verde e amarelo,
ocupassem as ruas e exigissem educação de qualidade. Penso que as coisas
mudariam de verdade. Ao assistirmos as últimas manifestações com pedidos de
Impedimento e à volta dos militares ao poder parece que realmente estamos ruins
em termos de educação. Ruins em termos de conhecimentos históricos. Ruins na
qualidade do que se ensina.
Não conseguimos sair das
lamentações.
Não perdemos a mania de olhar
para outros países, onde o índice de educação é quase excelente, e comparar com
o nosso que é muito ruim. Críticas muitas vezes descabidas e sem qualquer
conhecimento, repetimos máximas que não contribuem em nada para uma educação de
qualidade, ou qualquer tipo de mudança. Neste momento, precisamos deixar de
olhar para o outro e olhar para o próprio umbigo. No que posso ajudar? Talvez
fiscalizar? Acompanhar como andam os estudos do filho?
Hoje mais de 95% das nossas
crianças estão em salas de aula. Talvez falte perguntar sobre a qualidade do
que se está aprendendo nessas escolas.
Apenas lamentos.
Naqueles países tudo funciona
porque eles sempre valorizaram a educação. “As coisas estão deste jeito porque
somos um povo sem educação.” Até frases proféticas e de efeito produzimos: “O
dia que neste País a educação funcionar será o melhor lugar do mundo.Seremos o
primeiro!”. Se assim quisermos continuar comentando teremos
material de sobra. Talvez o que aconteçaconosco é que vivemos muito mais no
mundo da opinião do que da prática. Para uma educação como carro-chefe da nação
é preciso que haja envolvimento de todos e não só do Estado, como queremos.
Mudar, de fato, e participar dá
muito trabalho.
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