Minha querida Professora Andréia Carneiro,
há tempo que me preparo para
escrever esta carta e,num piscar de olhos,sou vencido por outros afazeres. Guardo
boas lembranças dos dias que passamos por aí. Sabe como a vida é corrida, né?
Corrida demais! Como andam as pessoas que temos apreço e carinho que moram no
Córrego da Volta? Espero que estejam todos bem e com saúde. Gente alegre e
receptiva que nos recebeu de um jeito que nos deixou à vontade.
Gente boa demais...
Andréia, que passeio maravilhoso
que vocês nos proporcionaram quando fomos ao Porto do
Barco, em Itarema. Depois que cheguei aqui em casa fiquei pensando com cabeça
de professor(risos) esse lugar tão lindo daria para realizar uma pesquisa e tanto
com os alunos. O que você acha?Como surgiu esse Porto? Os moradores antigos
como o sr. José Rubens e outros que residem aí poderiam enriquecer a pesquisa
com histórias e informações do local. Como é a vida dos pescadores? A vida das mulheres
dos pescadores do Porto do Barco?Muitas perguntas e respostas.
Tem um universo de coisas a serem
pesquisadas nesse lindo lugar.
Naquele sábado que chegamos ao
Porto do Barco observei um caminhão carregado de atum e um japonês
classificando-os. Como eles fazem no Japão. Não resisti e perguntei se era
recente a pesca de atum na cidade e que,das outras vezes que estive ali, tinha
visto uma variedade de peixes menos o atum. Logo um pescador disse que a
exploração desse peixe era recente e não era uma pescaria comum por ser de
profundidade,e que os japoneses eram especialistas nesse tipo de pesca.
Andréia, que material de pesquisa
sairia daí? As crianças adorariam estudar a cultura japonesa e comparar com a
vida que levam, aí na Volta Córrego. Imaginou! O que essa nova cultura de pesca
do atum trouxe de mudanças para a vida dos moradores do Porto e de Itarema?
Seria muito bacana.
Tem assunto que não acaba mais!
Recebemos a notícia do
falecimento do tio Manoel com tristeza. Parece que nos últimos tempos os
antigos moradores da Volta estão nos deixando. Andréia, um jeito de eles não
serem esquecidos é transformá-los em objeto de pesquisa. É Andréia, estudá-los!
Que tal? Origem da Volta! Na casa do tio Manoel aquela Casa de Farinha que, com
certeza, tem muita história para ser registrada. Seria interessante
fotografá-la.
Outra sugestão seria construir
com os alunos,a partir de depoimentos dos antigos moradores, um banco de
memória. Como ia ficar bacana Andréia!
Andréia, vou parar por aqui e
voltamos a conversar. A Germana manda um abraço e estamos com saudade. Já ia me
esquecendo de mandar um abraço ao Professor Ronério.
Até mais
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