Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

domingo, 6 de dezembro de 2015

FINAL DE ANO... COMEÇO DE ANO...


Uma coisa bacana do final de ano, além da confraternização, é que ele provoca uma ilusão saudável de que as coisas vão mudar. Uma ilusão que cria uma expectativa de que renasceremos... Renasceremos fortes! Recarregaremos a bateria e começaremos o ano novo com esperança. Ora, quem não sabe? A esperança remove montanhas.

Sabemos que poucas coisas vão mudar, mas alimentamos a ilusão da transformação imediata. Essa ilusão provoca uma forte reação interior. Explode! Ela é um fio condutor para uma reflexão do que realizamos durante o ano que está indo embora. Refletimos sobre os planos que não realizamos. Afinal, acertos e erros se completam. Assim crescemos, amadurecemos e sonhamos...

No final de ano, em segundos buscamos na memória tudo que passamos.  Lamentamos! Lamentamos aquilo que deixamos de fazer. Enaltecemos! Enaltecemos aquilo que fizemos. As coisas são assim. Turbilhões de emoções. Só um maluco da cabeça e do pé não deseja crescer.  

Não abra espaço para a tristeza neste final de ano. Não abra espaço para culpas neste final de ano. A vida é um risco constante de ganhos e perdas. É assim que caminhamos nossa existência.  

Neste final de ano reconcilie-se com alguns desafetos. Se não conseguir se reconciliar, perdoe. Se não consegui perdoar não se culpe.  Final de ano é propício para colocar os sentimentos em ordem.  Para colocar os sentimentos em dia.

Abrace o outro e deseje coisas boas. Abrace sem medo. Conta-se nos dedos quem resiste a um ato de carinho. Muito poucos. Faça as pazes com você. Esteja em paz com você. Assim as coisas vão caminhar bem melhor.

Coma bastante neste final de ano. Agora não é hora de inventar regime.  Dê bastante risada, não se importe com o que vão dizer.   Não resmungue dificuldades, elas passam. Construa  pensamentos positivos para o próximo ano. Força! Caminhe e crie novos sentidos. Você consegue. A gente nunca está só.

Abrace as diferenças. Há quem não acredita em nada do que escrevi. Há quem não acredita na existência de Deus. Há quem não acredita em festas de final de ano. O exercício maior é respeitar quem pensa e vive diferente de nós. Reflita. Construa um padrão vibratório positivo.


Abrace a vida.   

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MEMÓRIA.

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Hoje bem de manha lembrei-me da primeira vez que vi o mar. Menino do interior acostumado à vez mares de cafezais, na descida da Serra quando avistei o azul do mar distante ainda dos meus pés gritei: - Tio Didio (Narciso) que cafezal grande! Do seu jeito respondei: - Marcos, não é um cafezal é o Mar! Depois desta apresentação a distancia do Mar até chegar o momento de  encontra-lo foi uma eternidade...   


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ALUNOS OCUPAM A ESCOLA PEQUENO COTOLENGO EM COTIA



A Escola Pequeno Cotolengo, em Cotia, está entre as que fecharão suas portas aos alunos da comunidade no próximo ano. O Governo do Estado de São Paulo está irredutível no sentido de abrir mão do Projeto de Reorganização das Escolas, mesmo das que foram ocupadas pelos alunos. Enquanto o Governo investe na racionalidade do projeto, os alunos se apegam aos sentimentos. Apegam-se ao afeto pelo espaço escolar que faz parte das suas vidas. Talvez seja este fator sentimental importante que o governo não tenha percebido. 


O que diferencia a Escola Pequeno Cotolengo das outras que o Governo deseja fechar é que ela está ligada à instituição religiosa Dom Orione. O prédio pertence à instituição. O Estado paga o aluguel. O Estado pensa com o bolso e os alunos, ex-alunos e professores pensam com o coração. O rolo compressor do Projeto de Reorganização não considera a memória e o afeto da comunidade pelo seu espaço escolar. Um erro gravíssimo. Foram pegos de surpresa.


Um apelo de quem foi professor desta escola na década de noventa é que o Governo abra o diálogo com a comunidade escolar para uma possível solução em relação a este fechamento. É uma oportunidade para o Governo do Estado tirar a pecha de insensível às questões da Educação. O argumento de afeto e sentimento pode parecer ingênuo. Pode parecer babaquice, mas este movimento de ocupação das escolas pelos alunos é positivo demais. Mostra que as pessoas gostam da escola e tem apego.  


Os alunos especiais do Cotolengo vão estudar em que lugar?  Em outra escola? Como fica a mobilidade destes alunos? São coisas que precisam ser conversadas. São dúvidas que precisam ser tiradas. É preciso dialogar. Mais uma vez o Governo do Estado implanta um projeto goela abaixo das comunidades escolares e enfrenta resistência por falta de diálogo. Solidarizo-me aos alunos, pais, funcionários e professores da Escola Pequeno Cotolengo. 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

PAPAI NOEL EXISTE?



Fui surpreendido com uma pergunta da Maria Karolina sobre a existência do Papai Noel. Na lata e sem rodeio, Maria perguntou: Papai Noel existe? Gaguejei. Enfaticamente Karolina perguntou novamente: Papai Noel existe? Respondi com certa insegurança. É uma lenda, uma fantasia. A terceira opção para responder a pergunta de Maria foi pior que as anteriores: Papai Noel é fantasia, mas ele existe. Vergonhoso. Ela resmungou e mostrou completa insatisfação com as respostas dadas. Agora, imagina a confusão que provoquei na cabeça da menina.
Ficou uma lição: não fale sobre assunto que você não tem informação.

Aos incrédulos: Papai Noel existiu de verdade! Papai Noel era turco. Papai Noel foi Arcebispo, em 280 d.C. Papai Noel era caridoso. Distribuía moedas para os pobres e as depositava em saquinhos próximos às chaminés. Está aliviado em saber que Papai Noel não é uma mentira? As informações da sua existência não param por aí.  O Arcebispo Nicolau, pela sua bondade e milagres, após sua morte se tornou Santo. São Nicolau.  

É só no final do século XIX, na Alemanha, que São Nicolau ganha a roupagem de Papai Noel. Neste período sua vestimenta de inverno era marrom e verde escura, completamente diferente de hoje.
Papai Noel é global. Na Alemanha ele recebe o nome de Kris Kringle – criança de Cristo. Na Suécia é chamado de Jultomten. Na Holanda ele é chamado de Kerstmaan. Na Finlândia de Joulupukki. Diferente, né? Na França Papai Noel recebe o nome de Père Noël, na Espanha, de Papá Noel. Até no Japão tem Papai Noel. Lá ele é chamado de Jizo. Na Itália de Babbo Natale. Na Inglaterra Papai Noel se pronuncia assim: Father Christmas e nos Estados Unidos é Santa Claus. Na Rússia ele é Grandfather Frost.

Tem adulto que gosta de desconstruir a imagem do Papai Noel, dizendo aos seus filhos que ele nunca existiu. Não minta para seu filho. Há aqueles que impiedosamente acusam-no de ser representante do capitalismo selvagem. Bobagem! No mínimo, a imaginação aduba o cérebro dos pequenos.

Com o tempo a criança vai distinguindo o que é real e fantasia. Foi assim com a gente, apesar de que Papai Noel existe. Não subestime a inteligência dos seus, dos nossos filhos. Com o tempo eles descobrirão que o presente que ganhavam no final de cada ano era comprado pelo Papai Noel de carne e osso. O importante é que ele viveu esta fantasia. Se radicalizarmos nossa posição negando a existência dele, estaremos negando às nossas crianças os contos de fadas e heróis que quase todo mundo teve na vida.

Papai Noel é o intermediário que estabelece um laço de afeto entre pais e filhos. É serio. Papai Noel é pai de quem não tem pai. Então, ele não pode ser tão ruim assim para a formação emocional dos nossos filhos. Papai Noel ensina. Abre a possibilidade que você seja caridoso pelo menos uma vez por ano. Não me diga que você nunca pegou um kit de uma instituição de crianças que só têm o Papai Noel para presenteá-las?


Para terminar, esse jeitão de Papai Noel que conhecemos hoje ganhou vida na década de quarenta, em uma propaganda da Coca Cola. Inclusive a roupa vermelha. Pergunto eu, que culpa tem Papai Noel? Ele é uma figura que está acima de qualquer ideologia. E por falar em ideologia... eu quero uma para viver. Boas festas e fantasias!  

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

SER GORDO NÃO É FACIL, MAS É BOM DEMAIS!


Gordo passa uma boa parte da vida fazendo regime.  Gordo esbanja alegria. Gordo tem uma paciência de elefante, pois sempre tem um chato querendo lhe oferecer um regime. Regimes absurdos! Gordo quer é comer bem... nada de regime.   

Ora, sempre tem alguém para lembrar de que ele está gordo. “Nossa como você engordou!” “Você não tinha emagrecido?” Tortura!  Alguns pensam que gordo é sinônimo de doença. Sempre aparece um chato a lhe dar uma receita de remédio. “- Tenho uma receita que...” Pior quando o chato de galocha diz: “- Tinha um amigo gordo igual a você que morreu de infarto.” E ainda enfatiza que você precisa emagrecer. Pergunta idiota não falta: “- Porque engordou tanto?” Ou observações óbvias: “- Você come muito.” Resta dizer: ser gordo é um estado de espírito.

 Esse “nossa, como você engordou” dói na alma. O gordo se matando, fazendo aquele regime severo com poucas calorias e ter que ouvir que engordou! Tem gente que não tem desconfiômetro.  Quando o gordo ouve esta frase ele fica a um passo da depressão. Tristeza total.

O gordo, quando faz regime, fica triste demais, perde a graça. Fica irritado com qualquer coisa. Olha para a comida e os olhos brilham. Come com os olhos. Depois o cheiro e depois o gosto. Come com prazer. O prazer em saborear uma comida é tão intenso que quem está em volta acaba sendo reduzido e em alguns casos abduzido. Risos.

Mas, ao contrário do que pensam alguns, gordo é só alegria. Gordo exagera até no sorriso. Exagera no amor. Exagera na carência. Penso que o gordo quer chamar a atenção pelo tamanho. Quer ser notado. Um carente de carteirinha.

Cada um tem seu jeito de chamar atenção, mostrar que está presente. Que existe! Outra pergunta inconveniente para os gordos: “- Como você faz amor com essa gordura?” Bisbilhoteiro! Não é da sua conta. Gordo é charme. Gordo é vida. O colombiano Fernando Botero enaltece as formas redondas dos gordos. Os renascentistas souberam valorizar os gordos. De uma  coisa não se pode chamar um gordo: anoréxico.

Gordo sofre bulliying: Gordo. Rolha de Poço. Baleia. Elefante e todos os demais animais fortes do ecossistema, incluindo hipopótamo. O gordo esconde seus medos e ansiedade na comida. Outro comentário desagradável é aquele que todo gordo “tem o rosto lindo, mais o corpo...” Gordo é gente como todo mundo e tem seu jeito singular de lidar com seus sentimentos. Gordo é charmoso. Ser gordo é o que é.


Termino este artigo dando muita risada. Muita risada mesmo. Gordo gosta de viver com muito humor. Gordo usa seu tamanho como auto defesa. Um sorriso de gordo para todos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

GENTE, BLICICLETA E O AUTOMOVEL ESTÃO EM PÉ DE GUERRA


Quando comecei a deixar de usar calção e passei a usar calça comprida de tergal, era um sinal que estava me tornando um rapazinho. (Tergal era um pano chique da época.) Arrumar um trabalho era um desejo imenso para quem começava a adolescer em uma cidade pequena do interior de São Paulo. O trabalho, muitas vezes precoce, era uma forma de ascender socialmente. Mais ou menos. Outro desejo depois do trabalho era ter uma bicicleta. Desejo de consumo. Carro era uma realidade ainda muito distante.

Desejo e sonho: trabalho, bicicleta e uma namorada.

Em Votuporanga, onde nasci e morava, tinha estacionamento de bicicletas. Não ria, por favor! Na hora do almoço, quando os operários saiam para almoçar, tinha congestionamento de magrelas. Parecia um formigueiro. Conviviam charretes puxadas por cavalos e bicicletas sem qualquer tipo de conflito. Harmoniosamente. Convivia o urbano com o rural. Convivíamos como gente civilizada. Cada cidadão respeitando a mobilidade do outro.  

Bem diferente dos dias de hoje.

Ter uma bicicleta era sinal de que a vida estava melhorando. O que eu não entendo nos dias de hoje é esta briga maluca entre carros e bicicletas, principalmente nas grandes cidades. Todo dia tem notícia de atropelamento de pedestres ou de ciclistas. Uma guerra. Para estes assassinos de ciclistas e pedestres não importa se mataram, pagam uma fiança e logo estão na rua. A lei diz que este tipo de crime não é culposo... A mobilidade virou um inferno.  

Mobilidade é uma briga antiga.

Imaginem quando Leonardo da Vinci criou o primeiro projeto de uma bicicleta no Período Renascentista? Mesmo não conseguindo colocar seus projetos em funcionamento, muitos críticos de Leonardo o chamaram de maluco com suas invenções. Com certeza maluco! Mas nenhum inventor cria um projeto achando que ele vai matar tanta gente.

Essa raiva de alguns moradores da cidade de São Paulo com a construção das ciclovias mostra como os donos de carros são prepotentes. O meu carro. Meu espaço. Como se o carro fosse o meio de transporte mais antigo do mundo. Até parece que antes do carro não tínhamos nenhuma outra forma de locomoção. Egocentrismo doentio. Egoísmo!   Aos gritos dizem: “- Eles atrapalham o trânsito, que já é uma bagunça.” Outros até dizem que, se o ciclista marcar bobeira, passam por cima. Violência!


Não é possível carros e bicicletas conviverem harmoniosamente? 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

ESQUENTA A DISCUSSÃO: BULLYING


"Eles diziam que balé não era coisa de homem."
Em um desses domingos o Programa Esquenta, comandado pela divertidíssima Regina Casé, nos agraciou com a apresentação de bailarinos da Escola de Balé Bolshoi de Joinvile. Uma apresentação que emocionou a todos, uma pequena apresentação da peça “O Quebra-nozes”, de Tchaikovsky.
A apresentadora Regina Casé, como sempre, sabe tirar sentimentos nobres de seus entrevistados. Ao conversar com meninas e meninos da Escola Bolshoi, mostrou o quanto é difícil participar dessa companhia de balé. Os testes são concorridíssimos. Cada criança entrevistada, ao contar sua caminhada, custava aos ouvintes acreditar que tão novos buscam realizar seus sonhos com sacrifício, abrindo mão de coisas na vida que muito de nós não abriríamos.

O menino Giovane Santana, de 12 anos, deixou muita gente em lágrimas no auditório e certamente nas casas que o assistiam.  Quando começou a contar sua caminhada para chegar ao Bolshoi, disse que estava na casa da avó, no interior da Bahia, e assistiu a algumas cenas de balé na televisão. Disse para a mãe, “é isso o que eu quero ser – bailarino.” Determinado. A mãe acreditou no sonho do filho e trilharam juntos o caminho árduo.

Ao contar do preconceito que enfrentou pela sua decisão, caiu aos prantos e fez muita gente chorar. “- Ouvi que balé não era coisa de homem e sim de viadinho.” Giovane chamou nossa atenção para uma questão que muitas vezes não relevamos e não percebemos: que o preconceito está dentro da nossa própria casa. Debaixo do nosso teto.  

Quantas vezes maldissemos os nossos filhos e filhos dos outros com palavras depreciativas. Talvez muitos de nós não tenhamos conseguido ser diferentes na educação dos nossos filhos, pois fomos educados com comentários preconceituosos. Até inconscientemente repetimos o jeito de educar dos nossos pais. Podemos mudar. Sem culpa.

Quando é que a ficha vai cair que voz, roupa, cabelo e outros estilos não definem sexualidade de ninguém? O padrão de que mulher brinca de boneca e homem de carrinho e tem que gostar de futebol não define a sexualidade de ninguém. É muito mais fácil acreditar em opinião mal dada do que aceitar a diferença. Respeitar o próximo exige mudança interior.  

Uma opinião preconceituosa pode aniquilar um sonho. Imagina se o Giovane, da cidade de Caldas de Cipó, na Bahia, não estivesse determinado na busca do seu sonho? O preconceito teria vencido. O preconceito nasce dentro de casa e muitas vezes reforçamos dentro da escola e outros lugares. Até quando?

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O FACEBOOK TAMBÉM É UMA BOSTA.


Passei dias observando as críticas dos internautas a quase todos os assuntos. Cada absurdo! Um grupo defende sem qualquer análise histórica que temos que nos organizar contra a invasão comunista vinda de Cuba. Cuba mal se segura nas próprias pernas, imagina se eles estão preocupados em exportar comunismo além da suas fronteiras. A guerra fria acabou faz tempo. Pior ainda é acreditar que podem invadir o Brasil. Acreditar nesta invasão comunista é o mesmo que acreditar que o personagem de terror Freddy Krueger é real.

Outro tema que bomba no Face é Deus.  – Deus, com todo respeito que o Senhor merece e como cristão, já pedindo desculpas, existe uma verdadeira avacalhação com Seu nome e com Seus ensinamentos.  No mesmo post que alguns louvam, outros chamam os irmãos de lixo. Isto é contraditório né, Deus? Talvez possa ser que estes devotos estejam lendo o Velho Testamento (olho por olho e dente por dente). Será? Tudo é possível para o fanatismo religioso.

Deus, usar seu nome virou um bom negócio: outro dia passou aqui perto de casa um fusca bem velho, com uma fase escrita no vidro traseiro: Deus me deu. Aqui entre nós, o Senhor poderia ter dado um carro melhor. Sabe, parece que as pessoas esqueceram que Seu sobrenome é compaixão. Bem diferente de negócio financeiro. Mas sabemos que religião virou um bom negócio.  Sabemos que o Senhor anda muito ocupado, porém, quando tiver um tempo dê uma passadinha pelas páginas das redes sociais e poderá ver os absurdos com Seus próprios olhos.

Um outro assunto corriqueiro no Face é falar mal de político. Ladrão. Tomara que morra. Lixo. E tantos outros adjetivos impróprios para este texto. Como posso acreditar em alguém que chama outro de lixo? Como posso acreditar em alguém que deseja a morte de outro ser humano? Fica difícil acreditar... mesmo xingar uma mulher de vaca. Não curto este tipo de depreciação. O que esperar de gente que age assim? São iguais ou até piores que os políticos que estão aí.  

Depreciar alguém porque é negro. Depreciar alguém porque é nordestino. Depreciar alguém porque pensa diferente daquilo que você acha que é verdade absoluta. Ignorância e preconceito são almas gêmeas. Na net realmente tem um monte de bosta sendo falada sem noção alguma. A bondade expressa no Facebook é aparente. Ela não lhe questiona? Criamos a falsa ilusão de que somos só bonzinhos. Enganamo-nos.

Quer algo mais escrotro do que o “fake”?  Cria-se uma identidade falsa para atacar covardemente o outro. Sem nenhuma piedade. Sem nenhuma defesa. Pode até ser um desafeto da pessoa agredida, mas mesmo assim, não se justifica tal leviandade. E ainda se não bastasse a estupidez, justifica-se o ato de ser falso atribuindo a si suposta perseguição. Covardia!

Também não é tudo que se publica no Face que é bosta! Tem gente que, para além dos adjetivos depreciativos, posta bons textos e vídeos. Essas pessoas respeitam as diferenças. Nem tudo está perdido.  

SER FILHO ÚNICO É UMA ETERNA SOLIDÃO


Não é fácil ser filho único. Pense que nunca terá um irmão para brigar. Nunca terá um irmão para dividir as dúvidas. Nunca terá um irmão para chantageá-lo. Nunca poderá aprontar uma arte de crianças e jogar a culpa no seu irmão. Nunca terá um irmão para juntos pregarem peças nos amigos. Não terá um irmão para protegê-lo daquele cara que ameaça lhe dar uma surra depois das aulas. Neste caso terá que se livrar sozinho do grandalhão. Solidão. Sua mãe sempre o tratará como um indefeso diante do mundo. Vai mimá-lo.

Quase todo filho único que conheço não gostaria de ser. Sonha com outras possibilidades. Primeiro, gostaria de ter muitos irmãos. Segundo, gostaria de ter nascido depois do primogênito. Quando a namorada pergunta se tem outros irmãos, ao responder, vacila: “- O que ela pensará ao ouvir que sou filho único?” Tenho amigas que não namoram de jeito nenhum homens que sejam filhos únicos - quase todo filho único cria uma dependência emocional além da normalidade com sua mãe e são poucas as noras que suportam esta concorrência. Insuportável! Uma concorrência impossível.

Quem se casar com um filho único, dificilmente se livrará da mãe. Alguns desejam encontrar na mulher amada atributos de sua mãe. Querem alguém que mantenha seus caprichos, que durante anos foram alimentados pela mamãe. Ser filho único não é fácil. Não é fácil ser mulher de um filho único. Tem que amá-lo exageradamente e dividi-lo com a sogra. Filhos únicos são amáveis. Sensíveis. Dengosos. Carentes. Querem receber carinho a todo tempo. Sufocam! Talvez a exigência por atenção não seja só de quem é filho único, mas não tenha dúvida que, quando o filho único casar, levará a mãe na bagagem. Aqueles que não levarem a mãe na mala levarão na alma. As noras que se preparem...

Mas também tem o lado bom: filhos únicos também sabem retribuir um carinho, sabem retribuir um dengo. Sabem retribuir um mimo. São eternos solitários, mas são parceiros. Querem calor humano. Quem não quer?


É muito bom ser filho único... 

PROJETO CICLO ÚNICO: SEM ALMA


Longe de qualquer postura ideológica de esquerda. Longe de qualquer postura ideológica de direita. Longe de qualquer partido político que aí está. Longe da postura da política do quanto pior melhor. O novo-velho projeto de Ciclo Único tem pontos positivos, mas ao implantá-lo de cima para baixo ou goela abaixo, como sempre, o governo comete os mesmos erros de projetos anteriores. Este projeto corre o risco do fracasso como outros - lembram-se da Escola Padrão? Agora o governo apresentou o projeto de Ciclo Único para os Dirigentes de Ensino, para que eles promovam uma discussão deste com a sociedade que faz parte da vida escolar da Rede Pública de Ensino. Como em outros projetos ele já está pronto e desconsidera uma rede de ensino que têm diferenças culturais abissais.

A falta de transparência do projeto ou dos seus verdadeiros objetivos provoca insegurança e medo entre os professores. Instala-se a pedagogia do medo. Ao transformar uma unidade escolar em Ensino Fundamental ou Ensino Médio, como fica a vida administrativa do professor? Como será atribuição de salas de aulas no próximo ano? A escola que funcionava com três ciclos diferentes passa a ter apenas o Ensino Médio. Como fica a vida deste professor que trabalha no Ciclo I do Ensino Fundamental? São perguntas aparentemente simples, mas ao não serem esclarecidas, provocam alvoroço. Tornam-se fantasmas. Existe um medo do que os governos querem esconder, o que de fato querem com estes projetos.  A municipalização? Diminuir o número de salas e dispensar professores?  
Quando a discussão não é transparente a desinformação toma conta, criando incerteza.

Quando se cria a incerteza, abrem-se as portas para que os oportunistas “tanto de lá, como de cá”, tirem proveito da situação e tumultuem qualquer possibilidade de esclarecimento e a esperança de que as coisas andem para a solução de um ensino melhor.

A discussão de projetos para a melhoria da educação começou com o Governo Montoro, no inicio dos anos oitenta, e de lá para cá passamos pelo Quércia, pelo Fleury. Mário Covas e Alckmin não foram competentes no sentido de equacionar os problemas da educação, enquanto que o governo Montoro foi o melhor período na sugestão de mudanças na estrutura da educação.
Os projetos na sua maioria são de cunho eleitoreiro e acabam com o findar do governo. Estamos sempre conhecendo de novo. O fisiologismo é mais importante, e as questões básicas para a melhoria da educação são escamoteadas.

Não há dúvidas de que em uma escola de Ciclo Único e com condições materiais os resultados serão melhores. Porém, se não investir em salário e formação as coisa não andam, ou no máximo, andam lentas demais. A resistência é grande, e com razão.  O governo atual insiste em não querer investir nestas questões. Qualquer projeto estrutural e pedagógico tem que provocar envolvimento e não repulsa. Da década de noventa para cá o “investimento” na desumanização das relações na rede de ensino é que foi eficiente.


Uma situação não pensada neste projeto é a questão da segurança. Em muitos bairros quem define as fronteiras é o crime organizado, problema que não era tão grande ou quase não existia há duas décadas. Muitas vezes é ele que define uma fronteira em uma rua ou uma viela. Cria-se uma vulnerabilidade para o aluno. Este projeto deveria ser pensado e construído com a comunidade escolar e não implantado. Nasce sem alma, não se cria uma relação de compromisso e entrega. Por que os projetos dos últimos anos são sem vida? São para inglês ver. Enquanto isso, no Estado de São Paulo os índices de educação são pífios. Existe uma separação enorme entre quem está em cima da pirâmide e aqueles que colocam a mão na massa. Existe uma desconexão nesta relação.   

sábado, 10 de outubro de 2015

É MUITO BOM SER CRIANÇA


Quando nos tornamos adultos, esquecemos que um dia fomos crianças. Quer coisa mais chata, quando um adulto com o dedo em riste anuncia publicamente que você não pode se comportar de certa maneira, pois está crescendo? Este tipo de atitude deixa qualquer criança confusa. O que é crescer, ser adulto? Pode até ser que essa coisa de ficar adulto não seja tão legal, se o referencial de quem fala não for tão positivo. Outro conselho sem noção é quando um adulto mantém viva dentro de si atitude que supostamente é atribuída a crianças e é alertado de que tal comportamento não combina com sua idade. Este tipo de alerta chega até a desconcertar a pessoa.

Que criança ou adulto não tem uma boa história para contar de uma arte que fez e guarda até hoje? Se tiver uma, conte então...

Sorriso de criança não pode ser para sempre? Alegria de criança não é para sempre? Espontaneidade de criança não é para sempre? Honestidade de criança não é para sempre? Um abraço de criança não é para sempre? Um gesto de carinho de criança não é para sempre? Um conselho de criança é muito bom de ser ouvido, quando achamos que ele merece ser escutado, porém, frente à dica de uma criança, agimos de forma imperativa: “– Que experiência de vida você tem para me dar conselhos?”   “– Cala a boca, pirralho!” Quase sempre achamos que não é muito importante escutar... Parece que quando ficamos adultos esquecemos e endurecemos os sentimentos. Bobagem.

Que criança, com olhos esbugalhados no escuro do quarto, não solicitou a presença dos pais para contar uma história até que dormisse?

Diga-me com todas as palavras, afinal, o que é ser adulto? Esquecer o sorriso? Esquecer a espontaneidade? Esquecer a honestidade? Esquecer de abraçar? Esquecer de um gesto de carinho? Nasci. Sou bebê. Sou criança. Sou adolescente. Sou adulto.  Nesta simples visão cronológica trazemos experiências e vivências que vão se acumulando e nos transformam em uma pessoa interessante, e por isso tenho uma única certeza: a vida não se divide em partes isoladas.
Quando queremos transformar-nos em adultos, esquecemo-nos destas experiências e vivências sem considerar que cada uma foi importante para os adultos que somos. Não estancamos os sentimentos da infância ou de qualquer outra fase. Eles coexistem.    

Qual criança que nunca brincou de caça ao tesouro, pega-pega, esconde-esconde e outras brincadeiras?

É uma delícia guardar dentro de si um bocado de criancices...


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Um dia triste...



Hoje faleceu uma grande amiga, daquelas que pegava a gente pelo braço e aconselhava como tínhamos que construir esta vida. Uma amiga que sempre tinha uma palavra de alento, ou outra palavra, que era muitas vezes dura, mas sempre dita com um sorriso nos lábios. Ternura era sua bandeira de vida. Amiga acolhedora. Rianete Bezerra da Silva deixa aquele sentimento de que partiu cedo, porém construiu um legado que deixa saudade.
— Deus, Neta adora crianças, é uma educadora fabulosa e foi cunhada profissionalmente pela vida. Criou as filhas com dignidade e pertence a uma família extraordinária. Neta é daquelas amigas que soma e não subtrai. Amiga que traz conhecimento. Amiga que traz esperança. Não encares estas palavras como carta de recomendação, não é preciso, pois Tu sabes da sua trajetória... aí no céu vai exercer sua profissão com maestria.
É difícil se livrar dos sentimentos de tristeza, de saudade, em momentos com este. Neta tinha compaixão pelo próximo. Tinha um sorriso largo e sempre uma palavra amiga. É comum pensarmos, quando alguém que amamos parte, que Deus pudesse esticar um pouco mais a sua existência, ou mesmo que pudéssemos ter aquela varinha mágica dos contos de fadas que líamos ou assistíamos no cinema para esticar a vida de gente que amamos.
As coisas não são bem assim. Missão cumprida. Saudade.
                                                                    Prof. Marcos Roberto Bueno Martinez e Família.
                                                                                              24/9/2015

       

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

REGRA DO JOGO


Resisti o quanto pude para não escrever um texto que abordasse o tema novela. Penso ser um assunto fútil demais. Penso em meus amigos que não gostam de novela irão dizer o quê. Penso que não tem nada de melhor para escrever além do que novela? Neste momento não(risos). Penso o que me diria meu “compadre” Xavier, crítico impiedoso dos folhetins de televisão. Ora, independente do que os outros pensam, vou escrever o que acho sobre novela e porque gosto. Ô pra vocês...

Há críticos que atribuem que o gênero novela é coisa de mulher. Até aí o machismo aparece de forma sorrateira. E aqueles que, durante um capítulo de novela, dizem não sair da sala, pois já que todo mundo na casa assiste ele não tem saída a não ser acompanhar a trama das oito.
Só mesmo o Altíssimo para nos salvar de tanta ignorância.

Há quem diga que as novelas influenciam negativamente a educação das crianças. Outros mais rigorosos em suas críticas atribuem às novelas o incentivo ao imoralismo e à violência. Ora, pergunto: quem nasceu primeiro a novela ou a sociedade?Pensando assim, quem disser que antes da televisão e das novelas não existia imoralidade e nem violência... Reflita um pouco.

As novelas têm possibilitado discutir temas antes restritos a uma determinada região ou grupos, como intolerância e fanatismo religioso. Aí atribuir aos folhetins que seja produto de alienação é uma grande besteira.

Regra do jogo começou interessante.

O cara aparece diante da mídia como herói e liberta sequestrados em um assalto que ocorre em um banco. Logo depois de salvar reféns recebe em casa uma parte do dinheiro roubado no banco. Farinha do mesmo saco. Isso é ficção? Não é a realidade? Não sabemos quem é mocinho ou bandido. A mocinha estilosa com roupas de marca da cabeça aos pés e uma trapaceira de primeira classe. Falsa, dissimulada e outros atributos fazem dela uma bandida sedutora. Isso é ficção? Não existe gente assim neste mundo?

Só está faltando alguém dizer que falsidade é uma invenção de novela. Há críticos que atribuem o caos que atravessamos à alienação que a novela provoca no cidadão. Como se assistir novela nos deixasse em um estado de letargia. Pura besteira! Uma avaliação sociológica descabida. Televisão e diversão Novela é entretenimento. Como é bom um pouco de ficção. Exercitar a imaginação faz bem à alma.


Acompanho novela e também sou ferozmente crítico quando o folhetim é uma porcaria. Adoro final feliz mesmo sabendo que a nossa realidade cotidiana é bem diferente. É bom sonhar com finais de novela felizes. Estamos precisando tanto de felicidade. 

TEM COISAS QUE NÃO DEVEMOS ESQUECER


A língua é minha pátria e eu não tenho pátria: tenho mátria. E quero frátria – Caetano Veloso

Há dias (meses) que os meios de comunicação vêm mostrando cenas horrendas dos imigrantes que tentam chegar à Alemanha ou em outros países da Europa em busca da reconstrução de suas vidas longe da guerra, da fome e da intolerância religiosa. Refugiados. Não podemos esquecer a cena expressa em todas as mídias de uma criança sendo recolhida morta em uma praia da Turquia por um policial, é algo doloroso que entristece o coração e emudece a alma. Não devemos esquecer de maneira nenhuma nem depois que a onda mediática passar.

Escravidão não é coisa de gente civilizada.

Não podemos esquecer que no século XV, no Brasil, não foi diferente com os negros que morreram no percurso da África para cá. Traficados. Milhares de mortos!Jogados ao mar e mortos no trabalho exaustivo do trato da cana-de-açúcar e chicoteados nas senzalas, semelhantes a bichos. Não podemos esquecer nem momentaneamente. Não podemos esquecer que intolerância é coisa de gente que não sabe o valor da cidadania. Cidadão!

A crueldade humana parece quase natural.

Não podemos nos esquecer dos processos migratórios pelo Brasil. Do Nordeste para o Sudeste e o inverso.Mão de obra barata.Em busca de sonho. Fugindo da fome. Fugindo das perseguições. Os imigrantes de várias nações que vieram para cá no final do século XlX em busca de uma vida melhor. Em busca de terra que seus países de origem lhes negavam. Esquecer jamais. Precisamos reconstruir nossa memória histórica.

A morte de crianças e inocentes choca demais. A criança mais ainda porque enxergamos uma vida que mal começou.

Tem coisa que não dá para esquecer. A chacina de Osasco e Barueri com 19 mortes. Gente inocente. O Estado que deveria proteger não consegue explicar quem matou. Omissão. Não podemos nos esquecer de tantas outras chacinas e mortes que viraram estatísticas e são apresentadas frias e sem vida. E como se a vida não valesse nada. A vida tem um valor imensurável! Não podemos nos esquecer disso jamais!

Não esqueça que fazemos parte do mundo.

Não dá para esquecer a cena do homem tentando, como um super-herói de desenho animado, salvar a moça das mãos do anti-herói. Indiferença.É assassinado na frente da Catedral da Sé, diante da multidão que assiste atônica. Diante de Deus!Não dá para esquecer cena como essa que mostra um ato de solidariedade de um morador de rua (caso não seja um morador de rua não importa - era um ser humano). É isso mesmo - um morador de rua! Não devemos esquecer jamais. Mesmo que a onda mediática passe como uma ventania.


Diáspora não é uma invenção da sociedade moderna é bem mais antiga...

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Esta foto foi tirada na década de 40. A Praça da Matriz bem diferente de hoje, arborizada. Provavelmente uma festa religiosa realizada pelos freqüentadores da Igreja Matriz Nossa Senhora do Monte Serrat, que completou 302 anos.  Nesta época a parte urbana concentrava se e duas ruas, em torno da cidade viviam famílias de sitiantes. A base da economia vinha da agricultura.


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

CRISES DE TODOS OS TIPOS.


Crise de bronquite. Crise sentimental. Crise renal. Crise de consciência. Crise na saúde Crise nervosa. Crise de abandono. Crise na educação. Crise de ciúme. Crise financeira. Crise de depressão. Haja crise para catalogar neste mundo. Existe crise de todo tipo e de todo tamanho. Imagina se não passássemos por nenhum tipo de crise na vida como seriamos insuportáveis. Crise é sinônimo de superação.  Se conselho vale alguma coisa vai um aí: não persista em nenhuma crise que esteja enfiado.  Se vire ache um jeito de sair dela. Crise não resiste para sempre!

A pior crise de todas é a da consciência. Talvez porque precisamos mexer com nossos medos, verdades e mentiras. Não é fácil mexer com nossos monstrinhos. A crise, mas fácil de lidar é a financeira é só jogar a culpa no Governo. Isto não significa que ela deixará de existir. A única certeza que não existe é crise boba. Crise de faz de conta, também não existe.  Respeite quem está crise ela deve estar pedindo algum tipo de ajuda. Mesmo que a crise seja dissimulada ou de mentirinha, aí sim que ela existe encubada. Cria a se situações para enganá-la.  Para fazer de conta que esta tudo bem. Mas a crise está ali implantada impiedosamente.

O que pode acontecer de pior quando estamos em um estado de crise é a piedade. Não tenha piedade. Não tenha dó. Este sentimento vai deixar a pessoa em crise em um estado ainda pior. Vai se sentir a última bolacha do pacote. A pessoa ali em crise quer ser olhada e que fale sobre suas qualidades. Ela precisa ser lembrada que é uma pessoa bacana.  E nada melhor que um observador externo com compaixão para elevá-la. Compaixão não tem nada a ver com piedade. Compaixão é um gesto nobre de mostrar que o outro também merece ser feliz. Tenha compaixão.


A pior de todas as crises mesmo é a renal. Dói para Caramba. Risos. Dói até a alma...

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

NÃO ACREDITE EM TUDO O QUE VOCÊ VÊ E LÊ



Depois de ler o livro do escritor Umberto Eco não tenho nenhuma dúvida de que não devemos confiar no que lemos nos jornais (nem o que assistimos na TV). E acreditar ainda menos nas redes sociais. O livro Número Zero é mais uma das obras do escritor que,ao invés de nos deixar em paz,provoca uma reflexão sobre a manipulação das informações que recebemos aos milhões, todos os dias, através das diversas mídias. Incredibilidade! Em quem confiar? Ora, os homens que controlam as mídias não são sérios? Não é gente de confiança? O livro do historiador Umberto Eco, do começo ao final, cria um cenário de que não existe ingenuidade no que se escreve nos jornais. Não existe neutralidade. Existe sim,de forma muito sutil, interesses a serem defendidos.

Interesses econômicos.

O jornalismo de insinuações. O jornalismo que usa o recurso de ouvir os dois lados das notícia se no corpo da matéria insinua de que lado está. Sutileza! O jornalismo que prepara dossiês para chantagear. O jornalismo que denuncia e que condena. Quando erroneamente acusa, se desculpa no rodapé da página destinada aos obituários. Será que os jornais que trabalham em uma linha investigativa publicam ou exibem tudo que coletaram? Com certeza são seletivos. Antes defendem seus interesses, com certeza. O livro do medievalista Umberto Eco, com histórias fictícias e reais,apresenta regras do jornalismo antiético. As malandragens e as falcatruas na criação de um texto para chantagear. Extorquir!

Há muito tempo tinha sido alertado por um professor que era preciso aprender a ler nas entrelinhas de um texto. Sempre ler nas entrelinhas daquilo que é noticiado. Tentar descobrir quais as intenções do que é noticiado. Qual a intenção de quem escreveu? Qual a intenção do poder econômico que está por trás das notícias. Porque publicou? Será que queria, de fato, informar ou criar vantagens? A sensação é de que estamos sendo enganados. A cada página Umberto Eco revela o poder de omitir, mentir e dissimilar. Desconfiança.
Gostaria de terminar este texto de forma otimista, dizendo que nem tudo funciona de forma desonesta na impressa. Ao conhecer os mecanismos de manipulação da informação deixo o seguinte recado: cuidado com que você lê e vê. Sempre um pé atrás. Infelizmente.   Número Zero – Umberto Eco


terça-feira, 18 de agosto de 2015

ENCONTROS & REENCONTROS


Tenho recebido pedidos de amigos virtuais e não virtuais para que sejam ajudados a encontrar parentes ou amigos que estão desaparecidos (perdidos). Muitos buscam pais que nunca conheceram. Outros buscam mães que nunca viram. Outros querem o reconhecimento de que são filhos de pais que resistem assumir a paternidade. Alguns nunca assumirão, não sabem o que estão perdendo! Em quase todas as falas, desses que buscam ser encontrados ou reconhecidos, lamentam o vazio no peito que os incomoda. Querem ter uma origem. Perguntam, angustiados, quem são seus pais. Parecem com eles? Vivem incompletos. É como se faltasse um pedaço da alma.

Querem uma memória.
As histórias dos abandonados têm apenas algo em comum, o abandono. Porém, os roteiros são diferentes um do outro. A Adriana, que nasceu em São Paulo, filha do seu Ademir Nunes Batista que se mudou para cá e não se lembra do lugar onde morava - o Rio de Janeiro. Adriana traça um roteiro em busca dos seus parentes. A avó, Ana Maria Silva, de Minas Gerais, depois de casada acrescentou o sobrenome Silveira. A avó que, com a morte da sua mãe durante o parto, foi criada pela tia, em Belo Horizonte e depois enviada ao convento, quando saiu com dezoito anos perdeu o contato com os parentes. Seu destino: Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, dona Ana encontrou seu príncipe encantado o Sr.Francisco Justino Fernandes da Silveira e formaram outra família. Ele cearense e, com o tempo e a distância, perdeu o contato com a família. Depois de tanto tempo, Adriana quer resgatar sua família. Quer reconstruir sua memória com outras alegrias. Uma busca incessante...

Sabe, Adriana, uma pequena história de reencontro para alimentar sua esperança. Outro dia um amigo entrou aqui em casa com tanta alegria que ele mal cabia em si. Na última eleição presenciou o reencontro de vários irmãos que não via há muito tempo. Através do nome do irmão distante e pesquisando, eles descobriram o paradeiro e a seção em que ele votava. Lágrimas e sorrisos se misturavam e abraços apertados de saudade.

Boa sorte, Adriana!

Há outros encontros que não acontecerão infelizmente. As lágrimas alimentarão a tristeza. O vazio da alma só aumentará. Ora, ninguém fica sozinho, sempre aparece uma mão para acalentar. A menina crescida conheceu o pai e os meios-irmãos, mas não pode dizer, ele covardemente nega esse seu passado. Mas a menina suporta esse abandono com maestria, mesmo com todos vivendo na mesma cidade. Outra menina, de cidade distante daqui, tem o nome do pai e o lugar onde trabalhou. Com o tempo a empresa fechou e ninguém se lembra do nome que ela me enviou. Ela continua buscando seu passado...

São muitas histórias?


Não poderia de deixar que faltasse um pedacinho nessas buscas para os pais de coração, que ampararam esses com se fossem seus filhos. As mães que foram pais, toda a nossa admiração. Os mesmos sentimentos aos pais. Os avós que criam seus netos como se fossem filhos. E assim por diante... merecem nossa respeito e carinho. 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

MINHA VOVÓ DA BALA: VOVÓ TEREZA RIVERA


Eu tinha a vovó da bala. Quando a vovó chegava, os netos presentes aguardavam ansiosamente as balas saborosas que trazia. Todos nós já sentimos saudades das avós que partiram... Do doce. Das regras que os pais impõem e as avós quebram sem nenhuma cerimônia. E com autoridade. Como dizia minha mãe: os pais educam e as avós deseducam. Não é bem assim:avó sempre aparece na hora do socorro! Socorra-me, vovó! Amo-te,vovó.

Avó não pode exercer o papel de mãe e nem de pai. De jeito nenhum! Quando elas assumem esses papéis elas continuam sendo avós. Avó é toda esta mistura de sentimentos que se reúne nos pais. Ainda acrescentando o sentimento de ser avó que é diferente e único. Singular,avó é avó. Não é difícil entender, é? Avó tem sempre uma palavra que acalenta. Uma palavra que lhe coloca para refletir sobre o certo e o errado. Todos nós temos lembranças da culinária de algum prato que a vovó oferecia para mostrar o seu amor para conosco.

E os domingos na casa da vovó? Uma alegria imensa. Os filhos reunidos e os primos e as brincadeiras e a esperada macarronada. A vovó Tereza tinha esta capacidade de manter todos unidos. Vó tem essa atração. Unir! Avó sempre tem uma palavra de carinho. Quando aconselha parece que nos conhece por dentro. O recado dado atinge o coração. Como é bom ter uma avó. Avó é um porto seguro.

Não esqueço quando deixei de estudar e minha avó foi severa e sem titubear preveniu-me de todos os descaminhos que alguém que não estuda está sujeito nos dias de hoje. Muitos já tinham dito o que ela disse e eu nem aí, nela prestei atenção. Refleti! Ela agiu. Pegou-me pela mão e me devolveu à escola novamente. Obrigado vovó da bala. Coisas de avó. Vó é bem isso mesmo! Proteção. Acolhimento. Encaminha e manda o neto conquistar o mundo. Vó é coragem! Ora, se você não teve uma vovó da bala com certeza teve a avó do doce de abóbora que só ela sabia fazer. Ou faz ainda. Cada um de nós tivemos uma vovó e cada uma do seu jeito.

O que te lembra sua vovó?


Netos e netas têm uma coisa em comum neste dia da vovó. Elas estão sempre apostos para escutam e aconselhar cada um de nós do seu jeito. Um abraço a todos as vovós estrelinhas ou não. 

terça-feira, 21 de julho de 2015

DE SACO CHEIO!


Quem nunca acordou e, ao abrir os olhos,sentiu que aquele não era o melhor dia da sua existência? Tudo é motivo de reclamação. Lamentação! Parece que os olhos avisam que alguma coisa no ambiente cotidiano está incomodando. O café da manhã com a mesa posta como todo dia.Encontrar alguma coisa errada provoca irritação. É o dia que você está disposto a encontrar alguma coisa fora do lugar para justificar sua esquisitice com o mundo. Uma colher fora do lugar. O sabor da manteiga que você saboreia há muito tempo agora estranha. Quando o dia começa assim, até o café que você está habituado parece com gosto diferente. A chatice é tão grande que nem o queijo da Serra da Canastra escapa do seu mau humor.

Será egocentrismo?

Nesse dia é melhor o espelho não te olhar ou você não olhar pra ele. Vai sair faísca! Com certeza vai ressaltar aquele pezinho de galinha no canto dos olhos que ainda não havia percebido.A mulher desespera e o homem simula uma falsa calmaria ou uma desculpa machista diante do espelho. Mesmo não tendo defeito, às vezes queremos encontrá-los. Procuramos como uma agulha no palheiro.

O espelho vai ficar com medo das caretas com esse seu objetivo de encontrar algum defeito, a qualquer custo, para justificar o mau humor do dia. Se for homem achará entradas ainda não vistas que avisam que o cabelo está caindo. Desespero! Se for mulher, em lágrimas e gritos, achará que o rosto denuncia que ganhou uma ruga. Pânico! Quando lançam um objeto e espedaçam o espelho que não tem nada a ver com o seu mau humor imagina como vai ser o resto do dia. É bom lembrar que quebrar espelho dá azar. Anos de azar...

Será que não existe alguém no mundo, além do nosso mau humor?

Imagine os amigos de trabalho! Coitados. Quando você chega, eles,que já o conhecem muito bem, vão falar entre lábios e bem baixo “hoje está naqueles dias”. Descompensado. Amigos compreensivos. Respeitam que aquele não é seu dia. Ninguém é perfeito o tempo todo. Mesmo respeitando, você não se livrará dos comentários dos amigos. Se for homem, dirão sem piedade que ele está naqueles dias. Andropausa. Se for mulher dirão,com certeza absoluta, que ela está naqueles dias e é bom nem chegar perto. Estamos cansados da gente mesmo! Queremos mudanças. E mudar é tão difícil. Aí a irritação. Todo mundo precisa mudar! É bom sair de perto que estou chegando.

O que está acontecendo?


Esse comportamento mal-humorado de vez enquanto é normal, mas se for todos os dias é melhor procurar um especialista. Ou se perguntar o que está incomodando.Tarefa difícil. 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

BENEDITO VIVIANI: O HOMEM QUE CONSERTAVA LÂMPADAS QUEIMADAS


O sr.Benedito Viviani está muito bem, com 85 anos e uma memória de elefante. Acho que bem maior do que de elefante! (risos).Viviani faz questão de mostrar a sua lucidez com a idade que tem, contando histórias da juventude e causos sobre gente que fez parte da sua vida. Sempre usando da sua sabedoria que a vida lhe atribuiu e um bom humor singular. Conta as estripulias que realizava com seus amigos, na década de quarenta e cinquenta,em Cotia, com tantos detalhes que fica difícil separar o que é fantasia da ficção. Perfeito!

Gratidão. 
Benedito Viviani

Aí no lugar onde você mora, com certeza tem alguém como o senhor Viviani que guarda um pedaço da memória da cidade que os olhos de muitos não enxergam, mas estão vivas em moradores antigos. E que devem ser resgatadas e registradas. Nos dois livros que escrevi sobre Cotia, contei com o conhecimento do senhor Viviani. Indicou-me as pessoas que poderia entrevistar e onde encontraria documentos sobre a cidade. Foi um orientador fabuloso. Ajudou com prazer imenso.

Na última vez que estive com o sr.Viviani,ele se emocionou em dizer que um dos livros tinha sido autografado pelo Papa. Aquele que conta a história do Hospital de Cotia. Disse isso,com os olhos transbordando em lágrimas.Conversar com sr.Viviani com sua fala carregada de amor pelo lugar que o recebeu com carinho,em 1947, sugere, na sua emoção, que temos o dever de cuidar da memória do lugar onde passamos uma parte ou uma vida inteira. Não dá para apagar e nem esquecer.

As brincadeiras. Os deboches. A criatividade... O sr.Viviani lembra essa época que Cotia era muito diferente de hoje. E sem querer dizer que era melhor do que hoje, era um tempo diferente dos dias atuais, que também tem seus valores a serem preservados e contados. Se não fosse o sr.Viviani e outros colaboradores não teria escrito os livros sobre as histórias da cidade. Teria desaparecido com eles ou ficado com eles na solidão de suas idades. Sr.Viviani valeu a pena!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

UMA CONVERSA COM JESUS CRISTO, HELP!


Para quebrar a formalidade com Jesus Cristo quero dizer aos leitores que não considerem essa liberdade como desrespeito. Chamá-lo de Jesus é uma forma de intimidade para falar de assuntos que têm me incomodado pelo grau de contradição daquilo que o Senhor pregou há séculos. Tomei essa decisão de conversar com o Senhor pela sua vivência com traição e injustiça. Lembro-me que, entre Barrabás e o Senhor, o povo escolheu Barrabás. Assim sendo, a máxima dita na Grécia de que“A voz do povo é a voz de Deus” não pode ser levada tão a sério. Porque, Jesus?

Jesus, como o Senhor já percebeu, estou cauteloso com as palavras e as ideias. Caso seja mal interpretado neste nosso papo, o Senhor nem imagina o que pode acontecer comigo. Já ouviu falar em uma ação comportamental com o nome de cyberbullying? Se um dos seus seguidores achar que estou sendo desrespeitoso serei tratado com hostilidade. Atitude muito diferente daquilo que o Senhor pregava nos seus ensinamentos. Nada de compaixão por seus filhos! Muitos que pregam sua filosofia, independente de instituição religiosa, têm praticado a intolerância,Senhor. O que está acontecendo, Jesus? 

Alguns dizem que o Senhor é socialista e outros que é capitalista. Alguns dos seus seguidores dizem que, para manter suas ideias vivas, é preciso criar fortunas. Construir templos e igrejas ostentatórias. Será necessário mesmo,Jesus? Jesus, posso estar errado nesse meu pensamento:não seria melhor praticar a caridade? Não seria melhor respeitar os seres humanos com suas diferenças? São apenas dúvidas.Esclareça-me, Jesus!Uma parte do mundo está em guerra em seu nome. Não é um absurdo?Olha, Jesus, tem coisa que é atribuída ao Senhor que até Deus duvida. Porque Jesus?


Jesus, com certeza o Senhor não é muleta e sim vida. O Senhor é solidariedade. O Senhor é compaixão. O Senhor é caridade, mesmo no sofrimento. O Senhor é um caminho aberto...Para seguir o que o Senhor pregou é preciso calvário?Penso que não! Alguns insistem em dizer que, para segui-Lo, é preciso sofrimento. Se o Senhor pregou a vida não pode desejar o sofrimento de ninguém. Não é, Jesus? Deixando de lamentações, quero pedir que o Senhor continue olhando pelos desamparados. Para encerrar, Jesus, todos somos seus filhos, né? Do jeito que andam pregando suas palavras parece que só os escolhidos terão vez. É verdade, Jesus? Quem decide quais serão os escolhidos? É verdade, Jesus? Amem! 

domingo, 28 de junho de 2015

PORQUE GREVE DOS PROFESSORES?


Depois de décadas de organização dos professores, reivindicando melhoria de salário,resta perguntar por que tanta greve ainda acontece na área da educação? Indiferença! Talvez porque os professores continuem ganhando mal? Talvez porque para os governantes aquilo que pagam de salário aos professores é justo? Talvez porque os professores não querem salários e sim promover o desgaste do Governo? Talvez por que a educação não seja tão prioridade como dizem? Porque tanta greve?

Uma coisa pode ser considerada como certa: a questão da educação que sempre ganha índices negativos e que leva o Brasil sempre a explicar porque as coisas não melhoram tem uma verdade: a educação não é prioridade para a sociedade. É prioridade só no discurso. É chique e inteligente defender a educação como prioridade. Nas últimas manifestações dos professores que aconteceram em vários Estados eles estavam sozinhos. Escrachados pelo Governo e ridicularizados pela impressa, muitas greves acabaram de forma melancólica. Sozinhos!

Leiam as notícias sobre os movimentos dos professores na impressa e tirem suas conclusões:quase todas são pejorativas. Quase todas não informam os leitores como deveriam. Apresentam notícias de que os pais estão insatisfeitos com a greve e que esses não sabem onde vão deixar seus filhos. Escola não é depósito! Não propõem uma discussão séria de que os professores estão em greve porque, além de ganharem mal,algumas escolas se tornaram espaço de difícil convivência O Governo não tem um projeto para que a educação melhore. Parece que o importante para os pais é ter um lugar para guardar seus filhos. A escola vai além disso.

Quando dizem que os professores perderam mais uma vez, a gente se entristece por ouvir isso. Não foi o professor que perdeu foi cada um de nós. Foi a economia que perdeu. Perdemos crianças inteligentes que poderiam tornar-se cientistas ou doutores. O mesmo gosto que temos por futebol e outros esportes deveríamos ter pela Escola. Precisamos vestir a camisa da nossa escola. Muitas vezes migramos nossos filhos para escolas particulares com se isso fosse uma solução. Pagamos a educação escolar dos nossos filhos duas vezes. Escola particular é para quem pode. Quem não pode pagar deixa seu filho na escola pública. Deixam, mas não questionamo que está sendo ensinando.qual a qualidade do ensino da escola do seu filho.


É urgente: precisamos participar da vida da escola pública. Do Conselho da Escola. Na escola que a comunidade participa ela funciona melhor. Participar da comissão de pais que sempre têm alguma coisa para reivindicar.É preciso participar de forma profunda da educação dos nossos filhos. Talvez essa participação efetiva da comunidade possa começar a mudar a educação e que o professor não precise recorrer à paralisação para conquistar melhoria salarial. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

SANDRA APARECIDA CATARINO, SAUDADES


Querida Sandra,
ontem quando recebi a notícia da sua partida fiquei alguns minutos inerte. Intacto! É o tipo de notícia que recebemos e ficamos trabalhando os pensamentos e sentimentos para não acreditar. Inacreditável! Porque ela, meu Deus? Foi muito difícil aceitar que você partiu... Outro dia estava curtindo suas fotos de viagem que você fez para comemorar 25 anos de casada. Como o tempo passa.Outro dia estávamos brigando para estabelecer a democracia e você também estava lá.

O lugar onde a gente mora tem amigos com os quais nunca nos falamos, mas encontramos na Igreja, nas compras e elas fazem parte da nossa vida comunitária. Com outros, de forma direta, criamos uma relação afetiva. E sentimos muito quando alguém parte... Parece que fica aquele vazio. Parece que perdemos alguém que dividimos os nossos momentos de vida. Sandra, quando fiquei sabendo do acontecido,vieram-me as cenas da década do início de 80, quando lutávamos pelo estabelecimento dos direitos civis.


Assim, quero guardá-la na minha memória. Uma guerreira. Uma cidadã consciente do seu papel social. Uma mulher religiosa. Uma mãe cuidadosa da sua família. Assim quero guardá-la no meu coração.Sandra, uma coisa importante é quando deixamos marcas na vida das pessoas com quem vivemos comunitariamente. E você deixou sua marca vivendo com dignidade e ética. Saudades!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

DEPOIS DOS CINQUENTA ANOS PODE QUASE TUDO


Não lembro onde ouvi esta frase: depois dos cinquenta anos se pode dizer o que quiser que ninguém irá colocar reparo. Será? As pessoas podem levá-los a sério demais ou não vão nem ligar para o que você diz. Despercebido.Acho que depois dos cinquenta anos ficamos de saco cheio de ver tanta hipocrisia e coisas que não mudam. Viramos cópias. Provoca até irritação ver que falta tanta originalidade.

Alguns dirão que você está ficando gagá(risos). Não é bem assim, mas tudo bem! Gagá é... Alguns dirão que você está ficando com as ideias ultrapassadas. Aceitar essas opiniões que lhe colocam para baixo é assumir que a vida não vale a pena chegar aos cinquenta anos. Aceitar essas ideias negativas de que estamos velhos demais é jogar a toalha. Não faça isso! Com cinquenta é quando opinamos ou realizamos coisas com a dimensão da nossa idade. Vemos o mundo com clareza.Ponderamos nas decisões com maturidade. Pensa!

Na verdade para ter ponderação e maturidade não precisamos ter cinquenta anos. Basta olhar o mundo com humanidade. Mas com cinquenta utilizamos aquilo que aconteceu em cinco décadas para se tomar uma decisão. Bagagem!Com isso saímos na frente. O contraditório é quando somos avisados que estamos passados. É como se fôssemos avisados que é hora de descansar. Mas quem diz que estamos cansados? Agora que estamos preparados para enfrentar as diversidades que a vida nos impõe.

O outro lado da moeda...

O legal dos cinquenta é quando assumimos os nossos defeitos. Defeitos aprimorados até chegar aos cinquenta (risadas...). Um defeito que aprimorei é repetir um assunto várias vezes. E depois da repetição exaustiva ainda perguntar: você entendeu? Acho que esse defeito de fabricação ganhei como professor. Ao final de uma explicação perguntamos: você entendeu? Agora, é muito chato ser repetitivo. Tenho tentado melhorar.

Outro defeito, depois dos cinquenta,é quando nos recusamos aprender a lidar com as novas tecnologias que surgem a cada dia. Jogamos responsabilidade quase sempre para os mais jovens. Ah! Meu netinho nem idade ainda tem, mas lida com o computador com maestria. Eu mesmo não manjo quase nada, mas adoro me aventurar pelas redes sociais. Às vezes inventamos que não estamos enxergando direito. Aí perguntamos como que se faz isso mesmo? É só apertar esse botão, diz o bimbolho!


Sabe de uma coisa boa, depois dos cinquenta é possível corrigir os defeitos. Quase todos!